Conheça a história de Vilson, pipoqueiro que atua há 50 anos no Centro de Brusque

Filho de pai pipoqueiro, o brusquense já chegou a atender três gerações de uma mesma família

Conheça a história de Vilson, pipoqueiro que atua há 50 anos no Centro de Brusque

Filho de pai pipoqueiro, o brusquense já chegou a atender três gerações de uma mesma família

Vilson da Silva, 63 anos, é um dos pipoqueiros mais famosos e reconhecidos de Brusque. Embora atualmente seja morador do bairro Guarani, Vilson passou a maior parte da vida vendendo pipocas no Centro da cidade.

Em 2022, o pipoqueiro brusquense comemora 50 anos de atuação e conta ao jornal O Município histórias e momentos que presenciou durante trajetória na cidade.

Luiz Antonello/O Municipio

Histórias marcantes

Por ter trabalhado cinco décadas praticamente no mesmo lugar, Vilson conta que já viu e acompanhou muitas histórias de perto. Segundo ele, acidentes e enchentes são os acontecimentos que mais o marcaram.

A enchente de 1984 foi a pior, não tenho dúvida. Perdi uma casa que tinha perto do campo do Paysandú. Em segundo vem os acidentes, já vi muitas batidas e carros tombando aqui no Centro, graças à Deus, ninguém morreu nos acidentes que vi”, diz.

Além de acontecimentos, o pipoqueiro diz que personagens também fazem parte da história. Ele conta que possui como clientes políticos e personagens famosos da cidade.

“Alguns prefeitos, deputados e vereadores são meus clientes até hoje. Além deles, tenho clientes que tive o prazer de atender três gerações de suas famílias. Atendi pai, filho e neto, isso não tem preço”, relata.

Questionado sobre as alterações que viu no Centro, o brusquense relembra, com carinho, processos de mudanças estruturais, lojas que faliram e bares que não existem mais.

“Antigamente havia cerca de 20 bares no centro da cidade, hoje temos um ou dois. Não há tanta vida noturna como se tinha. A segurança era outra naquela época. Vi também grandes lojas abrirem e fecharem na cidade como a Loja Renaux, Pernambucanas, Casa Avenida e famosa Farmácia Lindóia, que eu vi abrir bem aqui na frente. A avenida Cônsul Carlos Renaux, por exemplo, não tinha o mesmo sentido de tráfego que tem hoje”, cita.

Otávio Timm/O Município

Início da profissão

Vilson começou a trabalhar como pipoqueiro em 1972, aos 13 anos, por influência de seu pai, que também era pipoqueiro na cidade. Ele comenta que em boa parte da vida trabalhou junto do pai.

Ele lembra que os primeiros carrinhos de pipoca eram de madeira e a roda era a mesma utilizada nas antigas carroças que, segundo ele, estão praticamente extintas.

Além de estar todos os dias presente na principal rua da cidade, Vilson diz já ter trabalhado em diversos eventos.

“Trabalhei em incontáveis festas de igreja, jogos do Brusque, carnavais e festas alemãs. Se citar somente a Fenarreco, trabalhei em todas, sem exceção”, relembra.

O futuro

Casado há 32 anos, pai de uma filha de 33 e avô de um neto de 9, o pipoqueiro se emociona e diz que pretende trabalhar como pipoqueiro até o fim de sua vida.

“Há anos faço o mesmo trajeto. Saio de casa de carro, deixo minha mulher ou minha filha onde precisar e venho para cá. Já são 50 anos no mesmo lugar. São tantos anos que me lembro dos famosos ‘carros de mola’ (carroças que serviam como táxis da época) que haviam na cidade e hoje não existem mais, eu adoro lembrar disso pois nos mostra como os tempos mudaram”, diz.

Para Vilson, o segredo para permanecer trabalhando a tanto tempo com a mesma coisa e no mesmo lugar é amar o que faz.

“A juventude de hoje dificilmente aceita repetir uma história como a minha. Geralmente procuram outras coisas que os impedem de permanecer nos empregos. Isso pode não ser um problema, pode ser apenas uma evolução. O tempo passa e, para trabalhar tanto tempo na mesma função, é preciso muito amor, carinho pelo serviço e vontade trabalhar. Esse é o segredo para mim”, finaliza.


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