Cônsul Carlos Renaux é homenageado no seu 75º aniversário de morte
Nascido na Alemanha, Renaux é considerado até hoje um dos moradores mais ilustres de Brusque
Um evento em homenagem ao Cônsul Carlos Renaux, foi realizado na manhã desta terça-feira, 28, dia exato em que se completa 75 anos de sua morte. Descendentes de Renaux e autoridades de toda a região compareceram ao salão nobre da Prefeitura de Brusque para prestar tributos.
Mesmo 75 anos após a morte, Cônsul Carlos Renaux é considerado o maior benfeitor da cidade de Brusque. Ele é marcado pela sua preocupação social e por grandes doações para a construção do Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux (ex-Santa Casa de Misericórdia), Maternidade Cônsul Carlos Renaux, Santuário de Azambuja e a reforma da Igreja Luterana no Centro. Denomina o Clube Atlético Carlos Renaux (ex-Sport Club Brusquense), a avenida central de Brusque, o Estádio Cônsul Carlos Renaux, do Clube Esportivo Paysandu e: o Colégio Cônsul Carlos Renaux.
A homenagem foi organizada pelo historiador Paulo Vendelino Kons, que reforçou que dar importância a datas comemorativas gera grande potencial de mobilização das forças criativas, essenciais para o desenvolvimento de novos projetos.
“A celebração à altura desses acontecimentos permitirá não apenas uma reflexão sobre o passado, mas a possibilidade de reformulação do futuro”, afirma.
O neto do cônsul Carlos Renaux, Gerd Renaux Gommersbach, um dos poucos descendentes ainda vivos, admitiu que não tem lembranças do avô, mas que se sente honrado sempre que falam do cônsul.
“São histórias que eu não vivi, mas escutei. Fico admirado pela lembrança que os senhores têm me dado de acontecimentos que eu não sabia. O Vendelino, de fato, sabe mais da família do que eu”, falou, bem-humorado.
A reitora do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), Rosemari Glatz ressaltou a influência de Renaux no desenvolvimento de Brusque. “Ele construiu uma história de sucesso, que reflete na cidade e na região. Ele representou uma virada econômica, quando Brusque passa de ser colonial e se torna industrial”, disse.
O padre Paulo Stippe Schmitz, do clero da Arquidiocese de Florianópolis, com atuação em Azambuja, destacou a caridade de Renaux e o descreveu como alguém de muito valor, o que se reflete na quantidade de instituições que são gratas a ele.
No mesmo evento, as autoridades se manifestaram em apoio à iniciativa de garantir que Colônia Nova Itália, em São João Batista, receba o título de berço da imigração italiana no Brasil.
História de Carlos Renaux
Comerciante e industrial, Renaux nasceu na Alemanha, em 1862. Emigrou para o Brasil em 1882 e foi Superintendente Municipal (prefeito) de Brusque e Deputado Constituinte de 1891, no Congresso Representativo de Santa Catarina. Ele também foi aprisionado pelas tropas do general Gumercindo Saraiva durante a Revolução Federalista e chegou a ser condenado à morte por fuzilamento, mas foi poupado após defesa do seu adversário político Elesbão Pinto da Luz proporcionou a anulação da sentença.
Fundou ao lado de Augusto Klappoth e a Paul Hoepcke a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, em 1892. De 1917 a 1932, foi cônsul do Brasil na Holanda e Alemanha.
Entusiasta do progresso, retornou ao Brasil e criou a Sociedade Cultural e Beneficente Cônsul Carlos Renaux para financiar projetos que trouxessem benefícios para a comunidade. Dessa fundação veio o dinheiro para que Rudolfo Stutzer montasse a oficina onde acabou sendo produzida a primeira geladeira brasileira, a Consul. Faleceu em 1945, na Vila Goucky, que teve nome inspirado em sua terceira esposa.