Covid-19: Um a cada cinco funcionários da indústria de Santa Catarina foi demitido
Estudo da Fiesc aponta que 165 mil trabalhadores perderam o emprego nos últimos 30 dias
Estudo da Fiesc aponta que 165 mil trabalhadores perderam o emprego nos últimos 30 dias
Um a cada cinco trabalhadores na indústria catarinense perdeu o emprego durante a pandemia do novo coronavírus. É o que aponta uma pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias de SC (Fiesc) nesta quinta-feira, 16. Ao todo, foram 165 mil trabalhadores demitidos em 30 dias.
O valor representa uma redução de 21% na massa de funcionários industriais, que passou de 786 mil para 621 mil empregados. A redução foi registrada em todos os setores, inclusive entre aqueles que permaneceram em atividade.
As principais quedas nominais ocorreram no setor de equipamentos elétricos (-41,7%), confecção (-41,4%), automotivo (-39%), madeira (-31,3%), e bebidas (-29,3%). No setor de confecção, que é um dos que mais emprega em Santa Catarina, 44% das empresas cortaram mais da metade dos funcionários.
A perda dos empregos é acompanhada do encolhimento do setor industrial de um modo geral. O estudo da Fiesc aponta para uma retração de R$ 3,4 bilhões na produção industrial, de R$ 3,1 bilhões nas vendas para o mercado interno, e de R$ 327 milhões nas exportações. A retração do PIB da indústria chega a 28%.
“É uma fotografia dramática, que quantifica o impacto que já é sentido pelas empresas e trabalhadores. O levantamento mostra como a crise está desestruturando um estado que estava em crescimento e deixa claro que é necessário que as medidas de apoio ao setor produtivo precisam ser mais objetivas”, afirmou o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar.
A pesquisa apurou ainda que os industriais apoiam as medidas do governo federal. A maioria (62,8%) considera positiva as ações de enfrentamento promovidas pelo Planalto, contra 26,6% que avaliam negativamente.
Na avaliação do governo do Estado, a análise é inversa. A maioria (67,4%) diz que as medidas tomadas pela Casa d’Agronômica são negativas, enquanto 24,6% julgam como positivas.
Ainda de acordo com a pesquisa, as empresas sugerem medidas que poderiam ser adotadas em âmbito municipal, estadual ou federal para minimizar os impactos. Entre elas, destacam-se: isolamento vertical (26% dos respondentes), incentivos fiscais (15,8%), flexibilização do acesso ao crédito (15,3%) e retorno gradual às atividades (11,5%).
“Passado um mês do início da crise, uma série de pleitos encaminhados pela indústria buscando a sobrevivência das empresas e a manutenção dos postos de trabalho segue sem respostas”, acrescenta Aguiar. Ele se refere a questões como a postergação e parcelamento do recolhimento do ICMS e das faturas de energia elétrica.
A pesquisa teve 740 respondentes de 129 cidades de todas as regiões do Estado e tem uma margem de 3,6% de erro absoluto. O índice de confiança é de 95%.