Criada na Europa medieval, tradição ainda é comum na Alemanha

Erguidas ao fim do inverno, Maibäume estavam envolvidas em competição entre comunidades

Criada na Europa medieval, tradição ainda é comum na Alemanha

Erguidas ao fim do inverno, Maibäume estavam envolvidas em competição entre comunidades

Encravada na intersecção das ruas Imigrantes, Guabiruba Sul e Brusque, a Maibaum, ou Árvore de Maio, já se integrou ao cotidiano e à paisagem de Guabiruba. Quem por ela passa nem sempre se dá conta do seu simbolismo e de sua origem. O monumento, que foi erguido pela terceira vez neste 1º de maio, remete à Europa medieval, nos tempos em que os povos germânicos sequer estavam unificados sob uma mesma bandeira.

Em Guabiruba, a Maibaum foi erguida pela primeira vez em 2008. Foi trocada cinco anos depois, conforme a tradição, e agora, uma terceira. A curiosidade e a paixão de um grupo de abnegados que, amantes das tradições dos antepassados alemães, dedicam seu tempo a preservar e resgatar antigos costumes foi fundamental para a criação da Árvore de Maio no município.

A data exata de quando a Maibaum virou tradição é desconhecida, mas sabe-se que existe, pelo menos, desde o início da Era Medieval. Provavelmente, tem como origem antigos costumes da era pré-cristã. Mas ela ficou mais popular pelo século 16, sobretudo nos países germânicos, como Alemanha, Áustria e Suíça.

Fabiano Siegel, membro da Associação Artístico e Cultural São Pedro e um dos coordenadores do projeto da Maibaum no município, explica que ainda hoje a tradição é observada em partes da Alemanha. Em Baden-Württemberg, de onde vieram os pioneiros imigrantes, o costume é forte entre as comunidades.

Independentemente do que simbolizava à época da sua origem, desde a Idade Média a Maibaum significa união. A tradição dita que a Árvore de Maio deve ser erguida pela comunidade sem auxílio de máquinas, portanto, é necessário ter integração para que, juntos, todos consigam fazê-lo.

Competição
Principalmente quando surgiu, a Maibaum era o centro de uma grande brincadeira. Cada comunidade possuía a sua árvore e tentava “roubar” a do vizinho.

Por isso as vilas colocavam vigias para cuidar de sua Maibaum. Se acontecesse o “roubo”, o resgate deveria ser pago em chope e muita comida, no melhor estilo alemão.

Hoje em dia, a parte competitiva perdeu um pouco do apelo. Contudo, a Maibaum segue de pé como símbolo de um antigo costume dos povos germânicos.

Em Guabiruba, como não há competição, é feita uma pequena festa no dia 30 de abril, inclusive nos anos em que não existe troca de árvore.

Preparação
O costume germânico estabelece que a Maibaum deve ser uma árvore nativa da região. Siegel diz que, na região de Baden, o mais comum é o uso de pinheiros. Por aqui, a madeira escolhida foi o eucalipto.

A árvore deve ser reta, para que consiga ficar de pé. Depois é feita a sua preparação, com limpeza de nós e de outras marcas. Após estar completamente pintada, é erguida somente com a força das pessoas.

A Maibaum é levantada no dia 1º de Maio para marcar o fim do rigoroso inverno europeu. Principalmente na Idade Média, era uma época festiva, uma vez que os povos viviam basicamente da agricultura e dependiam do clima para ter alimento.

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