Crise eleva índices de desistência no ensino superior de Brusque

NUnifebe, primeiro semestre de 2016 teve a maior evasão dos últimos cinco anos

Crise eleva índices de desistência no ensino superior de Brusque

NUnifebe, primeiro semestre de 2016 teve a maior evasão dos últimos cinco anos

A edição mais recente do Mapa do Ensino Superior no Brasil, divulgado pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), mostra que menos da metade dos alunos do ensino superior privado conclui o curso em até cinco anos. Os demais, param os estudos por algum motivo.

O dado, que é chamado de taxa de permanência, avaliou os estudantes que iniciaram a graduação em 2010 e até 2014 não pararam de estudar. O cálculo foi feito com base em números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação.

De acordo com a pesquisa, nas universidades privadas, o índice de permanência é de 40%. Nas públicas, passa para 51,3%. Entre os principais motivos que levam os estudantes a desistirem da graduação estão a situação financeira, a saúde e também a indecisão sobre a vida profissional.

Aumento esperado

No Centro Universitário de Brusque (Unifebe), o primeiro semestre deste ano apresentou a maior taxa de desistência dos últimos cinco anos: 13,95% dos estudantes deixaram a instituição neste período.

Os índices da Unifebe giram sempre em uma média de 10% de desistentes, levando-se em consideração todos os cursos. O vice-reitor da instituição, Alessandro Fazzino, diz que o aumento na taxa de desistência neste ano já era esperado pelo centro universitário. “Na elaboração do nosso orçamento, ainda no ano passado, nós trabalhamos com uma evasão maior prevendo as condições financeiras do mercado. Já imaginávamos que a crise afetaria o sistema educacional”, diz.

Levantamento realizado pela Unifebe mostrou que 55,5% da evasão na instituição correspondem à situação financeira do estudante. Outros motivos apontados foram saúde, reprovação e gestação.

Outro fator que contribui para a taxa de desistência é a indecisão sobre qual carreira seguir. “O aluno entra muito cedo na faculdade, escolhe um curso, mas muitas vezes ele percebe que não é isso que ele quer e acaba trancando a matrícula até se decidir”.

O Mapa do Ensino Superior mostra justamente isso. De acordo com o estudo, o início da graduação é o período mais crítico. No ensino privado, 25,9% dos alunos desistem do curso logo no primeiro ano. No público, a proporção é de 18,3% na educação presencial e de 26,8% na à distância.

Fazzino ressalta que a Unifebe realiza um trabalho no início e fim de cada semestre visando trazer os alunos desistentes de volta.

“Geralmente, quando o motivo é problema financeiro, assim que este aluno volta ao mercado de trabalho, ele imediatamente retorna para a faculdade. Já quando ele desiste porque muda de cidade ou tem problema de saúde, aí fica um pouco mais difícil”.

70% concluem o curso

A Faculdade São Luiz também precisa se adaptar com a desistência dos alunos. De acordo com informações repassadas pela instituição, no curso de Filosofia, o índice de evasão – alunos que iniciam, mas não concluem o curso – é de aproximadamente 30%, ou seja, 70% dos estudantes concluem o curso dentro do período normal.

Já no curso de Administração, como a instituição ainda não formou sua primeira turma, a estimativa de evasão é de 10%. O responsável pelo setor administrativo, Paulo Sérgio Vieira, afirma que a instituição também percebeu um aumento no índice de desistência, principalmente devido à situação financeira. “Isso acontece principalmente no início do semestre. O aluno se matricula, é pré-selecionado, às vezes até inicia, mas opta por não continuar devido ao receio da perda do emprego e não conseguir arcar com as mensalidades”.

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