Bárbara Sales/Especial

Em 2018, após passar um ano sem fazer a mamografia de rotina, a aposentada Irene Cazagranda, 65 anos, descobriu um câncer de mama. A partir de então, a vida da ex-funcionária da Fábrica Renaux mudou radicalmente. Começava sua luta para vencer a doença.

Logo após o diagnóstico, Irene iniciou o tratamento com quimioterapia. A expectativa era que o tumor apresentasse uma redução antes da cirurgia. Mas não aconteceu. O procedimento cirúrgico foi realizado e depois, ela ainda precisou de mais sessões de quimioterapia e outras 30 sessões de radioterapia.

No meio desse intenso e difícil processo, Irene recebeu um convite que transformaria sua vida. Uma amiga de longa data, com quem havia trabalhado na antiga Fábrica Renaux e já era voluntária da Rede Feminina de Combate ao Câncer, a chamou para conhecer a instituição. “Ganhei um apoio muito grande na Rede, fiquei muito satisfeita, então faço questão de ajudar aqui”, diz.

Foi assim que, depois de superar a fase mais difícil do tratamento, Irene encontrou no voluntariado uma forma de retribuir o acolhimento que recebeu. Seu envolvimento com a Rede iniciou como paciente, frequentando o grupo de apoio, entretanto, mesmo em tratamento, logo se envolveu com o trabalho voluntário.

Uma palavra de conforto

Há cerca de quatro anos, atua no brechó da entidade, colaborando para que a arrecadação seja revertida em exames, alimentação e outras necessidades das pacientes. Recentemente, passou a integrar o grupo de voluntárias que visita mulheres em tratamento avançado ou impossibilitadas de comparecer às reuniões presenciais. “Muitas se sentem sozinhas. Às vezes, só de receber uma mensagem perguntando como estão, já ficam aliviadas. Quem já passou por isso sabe o quanto faz bem esse cuidado”, explica.

Para Irene, cada gesto, cada abraço ou palavra de conforto carrega um valor especial. “A gente conversa, beija, fala que também já ficou careca, mas que hoje o cabelo voltou. É bom mostrar que é possível passar por tudo isso e ficar bem”.

O voluntariado tornou-se parte essencial de sua vida. Além de atuar duas vezes por mês no brechó, Irene dedica tempo às visitas e às amizades fortalecidas dentro da Rede. O juramento oficial como voluntária, feito há dois anos, apenas confirmou aquilo que já era sua prática diária: estar presente e cuidar. “Passo a tarde aqui e isso faz um bem muito grande para mim também. É um trabalho muito bonito, que retribui todo o carinho e apoio que eu recebi”.

Como ex-paciente, ela ressalta a importância da prevenção e reforça a necessidade de ter os exames de rotina em dia. “Se recebe o diagnóstico cedo, mais chance tem. Não dá para deixar de fazer o preventivo. A Rede mostra essa preocupação e faz toda a diferença na vida das mulheres”.

O câncer, sem dúvida, foi uma dura batalha, e tudo o que passou durante o período mais crítico de tratamento, é o que dá forças para Irene ajudar e acolher quem enfrenta agora o que ela já superou. “Hoje sou muito feliz em ser voluntária da Rede Feminina”, finaliza.

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