Delegado de Brusque se especializa em técnicas de entrevista e interrogatório pelo FBI
Fernando de Faveri deverá aplicar ainda mais os métodos a partir da implantação do DRS Inquérito
Fernando de Faveri deverá aplicar ainda mais os métodos a partir da implantação do DRS Inquérito
O delegado de Polícia Civil de Brusque, Fernando de Faveri, realizou um curso, em março, de qualificação para entrevista e interrogatório, na Academia de Polícia Civil (Acadepol), em Florianópolis. O curso foi ministrado por três agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation), agência federal de investigações dos Estados Unidos, em um convênio com o consulado brasileiro.
Segundo Faveri, 30 policiais civis – entre delegados e agentes – receberam qualificações e aprimoramentos de algumas técnicas que o FBI aplica em casos de terrorismo ou ocorrências mais graves. “Tivemos todo o conhecimento da metodologia utilizada ao realizar o contato com as vítimas e testemunhas que tenham passado por algum trauma, e que necessite ficar completamente à vontade para lembrar de tudo que aconteceu para juntar provas”, afirma.
O curso teve duração de uma semana e, entre as técnicas repassadas, estava a expressão corporal. Ou seja, de como o entrevistado, nesse caso o autor do crime, se comporta durante o interrogatório, como demonstra seus sentimentos e o nervosismo.
Para o delegado, o curso está sendo muito útil durante as entrevistas e na colheita de provas junto às testemunhas. Porém, a partir de setembro conseguirá aplicar ainda mais as técnicas do FBI, após a implantação do DRS Inquérito. O programa coletará depoimentos durante as prisões em flagrante, com gravação audiovisual: vídeo e voz. “A ideia será explorar mais o depoente e utilizar menos papel. Com isso, teremos mais as expressões corporais”, diz Faveri.
Ele ressalta que quando precisa transferir a fala para o papel, perde muito a significância, pois muda um pouco da linguagem utilizada e perde elementos importantes. “Agora quando se aponta uma câmera e deixa o entrevistado à vontade, a tendência é que a verdade fique mais evidente e as expressões corporais mais claras para, posteriormente, o juiz e Ministério Público avaliarem”, informa.
Programa começou a ser implantado
O delegado regional Francisco Ari dos Anjos conta que na semana passada teve uma reunião em Florianópolis, onde foi informado que o programa DRS Inquérito começou a ser instalado em 15 municípios de entrância especial. “Começaram por Chapecó, Lages e depois vem para o litoral. Por isso, lá pela segunda quinzena deve chegar a Brusque”, diz.
Uma sala na Delegacia de Polícia Civil já foi reservada especialmente para a implantação do sistema. “Tem que ser um local reservado, pois durante o interrogatório ninguém pode ser interrompido”, detalha o delegado.
Assim que o sistema chegar a Brusque, a delegada e coordenadora das Centrais de Plantão Policial virá ao município, junto com a equipe de manutenção do programa, para instalar em uma máquina da delegacia. Os delegados e escrivãos passarão por dois dias de treinamentos.
“Teremos uma agilidade e rapidez indescritível a partir da chegada desse equipamento. Os flagrantes que demoravam horas, durarão minutos. Com isso, os policiais militares poderão voltar para rua em menos tempo e os policiais civis terão o tempo também otimizado”, revela.