Desfile das Costureiras atrai mais de mil pessoas, no Clube Santos Dumont

Cerca de 70 profissionais desfilaram looks elaborados por estudantes e confeccionados por elas

Desfile das Costureiras atrai mais de mil pessoas, no Clube Santos Dumont

Cerca de 70 profissionais desfilaram looks elaborados por estudantes e confeccionados por elas

A noite desta quarta-feira, 25, foi especialmente pensada para elas: as costureiras. Com o tema Flores e Cores, foi realizada no Clube Santos Dumont, a 6ª edição do Desfile das Costureiras. O evento é realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias do Vestuário de Brusque e Guabiruba (Sintrivest) em parceria com o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque e região (Sindivest), Fiesc – Senai e Unifebe.

Neste ano, 70 costureiras desfilaram com os modelos que elas mesmos confeccionaram. Alguns looks foram pensados pelos acadêmicos da 1ª fase do curso de Design de Moda da Unifebe e outros pelos jovens aprendizes do curso de Aprendizado Industrial em Desenhista de Produção, do Senai.

A presidente do Sintrivest, Marli Leandro, diz que o objetivo do evento é valorizar a profissão de costureira. Além disso, ela ressalta que com o desfile, a ideia é incentivar outras pessoas a se interessarem pela profissão. “Percebemos que os filhos já não querem mais seguir a profissão da mãe. Porém, esse ofício é o único que nunca poderá ser automatizado, sempre precisaremos de pessoas para realizá-lo”.

Com o evento, Marli afirma que o evento valoriza entidades e empresas que integram toda a cadeia de produção têxtil. “É necessário que se tenha pessoas pensando em modelos, desenhos. É toda uma cadeia para se chegar ao produto final”.

A cada ano o desfile ganha novas modelos, o que surpreende os organizadores. Para Marli, é um dia diferente para essas profissionais que saem de trás da máquina de costura para se apresentar ao público. “Só tenho a parabenizar a todas as costureiras e a todos envolvidos na cadeia têxtil e do vestuário”.

A presidente do Sindivest, Rita de Cássia Conti, conta que os sindicatos patronal e laboral estão juntos no projeto pelo segundo ano. Para ela, a parceria demonstra o respeito mútuo das entidades com os profissionais do setor. “Sempre queremos o melhor para todos e para o município, por isso passamos o ano inteiro planejando cada detalhe desse evento”.

Rita afirma que além de valorizar a costureira, o evento tenta mostrar ao público que a costura não é um processo simples da cadeia de produção, mas que depende do talento dos profissionais. “A costura é tão essencial que veste quase 2 milhões de brasileiros”, analisa.

O coordenador do curso de Design de Moda de Unifebe, Rodrigo Zen, explica que a instituição optou por envolver os alunos da 1ª fase do curso para que eles entendam o valor da costureira. Além da missão de montar o look, os acadêmicos também foram incumbidos de procurar as modelos. Os trabalhos foram pensados durantes as aulas de Pesquisa de Tendência e Sistema de Modas. “Os alunos conversaram com as profissionais para entender seus gostos e conseguir representar no look a personalidade de cada uma”.

A coordenadora do curso de Moda e Vestuário do Senai, Natália Tarter Tomaz revela que os looks foram pensados por jovens de 14 a 17 anos, o que os deixou bastante empolgados pela experiência adquirida.

Além das costureiras, homens que trabalham no setor também participaram do evento. No entanto, a novidade foi o desfile de mães em companhia dos filhos. “Montamos o look tal mãe, tal filha, na intenção de incentivar as crianças a seguirem os passos das mães. A se espelharem e perceberem o quão importante é essa profissão”.
Brindes feitos na hora

Durante o evento, foi montado o Núcleo de Costura, espaço em que foram colocadas duas máquinas de costura, onde profissionais confeccionaram rabicós de cabelo aos participantes como brinde. Segundo Natália, do Senai, essa foi uma maneira de mostrar ao público o trabalho real das costureiras.

Foi montado também um estúdio fotográfico, em que as modelos puderam registrar o momento ao lado dos familiares e amigos. As imagens serão disponibilizadas na página oficial do Facebook do Senai.

Paixão por costurar
O gosto por costurar de Vanderleia Besel, 33 anos, passou para a filha Luiza Alves dos Santos, 14, que ingressou no Senai, no curso de Aprendizado Industrial. Foi pelo convite da filha que a costureira com dez anos de profissão na mesma empresa, decidiu participar do desfile.

Com um look tal mãe, tal filha, ela entrou na passarela de mãos dadas com a filha caçula, Maria Rita Alves dos Santos. Para ela, a oportunidade foi uma grande experiência, pois além de sair de trás da máquina para pisar na passarela, ela ainda produziu sua roupa e da filha. “Nunca tinha costurado tecido plano, sou acostumada com malha e moletom. Foi muito interessante”, diz.

Com 26 anos de profissão, Terezinha Clarissa Molinari, 48, entrou toda elegante na passarela. Ela afirma que o evento é muito importante para a profissão, pois a deixa ainda mais entusiasmada. Porém ressalta, que a profissão de costureira ainda é pouco valorizada no mercado da confecção, apesar de ser uma das funções mais importantes.

Maria Goreti Bitelbrun, 25, participa pela 2ª vez do Desfile das Costureiras. Ela ingressou na profissão aos 15 anos, ao se espelhar nas vizinhas. “Comecei a costurar, gostei e hoje sou costureira pilotista, trabalho ajudando a modelista”, informa.

Segundo a modelo, o evento tem crescido bastante de um ano para o outro, e os organizadores têm trazido novidades interessantes. “É muito legal esse momento, e está abrangendo cada vez mais empresas. Isso mostra o quanto somos valorizadas pelos nossos representantes sindicais”.

O talhador Esmael Cesar Dalla Libera, 26, representou a empresa em que trabalha, por também já fazer o catálogo de moda. “Acho muito legal essa valorização, pois mostra um trabalho que, às vezes, ninguém vê, pois acabam se ‘escondendo’ atrás de máquinas”, diz.

A pequena Mariana Hebile Veneri, de 3 anos, desfilou ao lado da mãe costureira, Marcia Hebile Veneri, 34. A filha já participa dos catálogos da empresa, e quando Marcia recebeu o convite para participar do evento, não pensou duas vezes em levar junto a menina. “Trabalho há oito anos como costureira e nunca imaginei que um dia estaria desfilando pela profissão”, comenta.

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