Em Botuverá desde os 11 anos, o atacante Luiz Fernando da Silva, o Nando, 30, é um dos destaques do futebol amador da cidade atualmente. Natural de Palhoça, ele se mudou por causa de oportunidades de emprego dos pais na época e nunca mais voltou.

Nando foi um dos fundadores dos Bandoleiros e ganhou dois títulos de futebol de campo com o time, além de outros de futsal. No total, ele soma oito troféus de artilheiro no amador da cidade, e vários lances e gols memoráveis.

Nando tem oito troféus de artilheiro do campeonato amador da cidade | Foto: Arquivo pessoal

Primeiros passos

Em um primeiro momento, ele se sentiu deslocado em Botuverá. Acostumado a treinar cinco vezes por semana na cidade natal, a rotina do futebol fazia falta. Além disso, o sonho de seguir carreira no esporte parecia ficar mais longe, já que ele deixou Palhoça no ano em que o Figueirense montou o Centro de Treinamento lá.

Aos poucos, porém, as oportunidades foram surgindo, primeiro sob o comando de Mário Gianesini. Com a escola, Nando disputou o Moleque Bom de Bola aos 13 anos. As pessoas sugeriam que ele fosse fazer testes, mas ele só se convenceu algum tempo depois.

No amador da cidade, Nando estreou aos 15 anos pelo Ourífico. No primeiro jogo com o time, ele ficou apenas no banco, mas no segundo, quando o atacante titular foi expulso, ganhou uma chance e não desperdiçou: fez três gols.

Raízes fixadas

A chance de Nando perseguir uma carreira profissional chegou quando um olheiro de Guabiruba o convidou para um teste em um projeto chamado “Calcio”, ligado ao Hellas Verona, da Itália. Já muito ligado a Botuverá, porém, ele decidiu ficar.

“Tinha alojamento, academia e dormitórios lá em Guabiruba, tinha muita gente de fora. Inclusive o Jorginho, atualmente no Chelsea, saiu de lá. Eu fui para fazer esse período de teste, fui aprovado, mas já estava acostumado aqui com Botuverá. Quando tinha que ir de volta para o alojamento, eu não quis, desisti de última hora. Estava tudo certo para eu ir. Quando meu pai voltou do trabalho, ficou muito bravo. Ele me levava nos treinos, até de bicicleta, e eu sempre disse que era o que eu queria. Pensei na hora que não ia dar certo, fiquei com medo de não me acostumar, e nunca mais fiz testes”.

Apesar da escolha de abandonar a busca pela carreira de jogador profissional, Nando manteve sua paixão pelo esporte. E a ligação com a cidade cresceu – ele é casado com uma botuveraense. Ele participou da criação dos Bandoleiros e ganhou vários títulos com a equipe. Também mudou de emprego para ter mais tempo para jogar futebol.

Além disso, ele ainda joga constantemente em outras cidades da região. Apesar de muito visado pela qualidade com a bola nos pés e alguns procedimentos por lesões, a maioria das contusões aconteceram pelo fato de ele ser “fominha”.

“Tenho três cirurgias de joelho, mas não tanto por faltas, e sim porque sou fominha, jogava muitas vezes no mesmo dia e na semana, e acabo me contundindo”, conta.


Você está lendo: – Destaque do futebol amador, Nando foi para Botuverá quando criança e não saiu mais


Leia também: 

– Futebol Bergamasco: o almanaque do amador de Botuverá

– Após fusão, Águas Negras emerge com a força da comunidade

– Areia Baixa se consolida por meio da iniciativa de “filho” do bairro

– Fundado na década de 1960, Figueira venceu seis dos últimos dez campeonatos em Botuverá

– Bicampeão municipal, Flamenguinho deixa as lembranças de um tempo bom

– Com remanescentes desde a fundação, Gabiroba se estabelece como força do amador

– Famoso por torneio realizado há mais de três décadas, Grêmio mostra força da tradição

– Los Bandoleiros tem sucesso meteórico e acumula conquistas

– Pioneiro em Botuverá, Ourífico ostenta história de mais de 80 anos

– Fundado em 1940, Ourinho se orgulha de trabalho social e espírito de comunidade

– Fundador, presidente e dono do estádio: Paulo Sorer é a cara do Sessenta

– Campeão municipal quatro vezes, União deixa futebol no passado

– Vila Nova chegou a ter dezenas de sócios, mas sofre com desmobilização da comunidade

– Mais condições, menos compromisso: times de Botuverá sofrem com perda de interesse dos jovens

– GALERIA – Conheça os campos dos times amadores em Botuverá

– Atrás do sonho de serem atletas profissionais, jovens de Botuverá se aventuram pelo Brasil

– Apaixonados pelo esporte, irmãos Leoni levam o futebol nas veias

– Mário Botuverá levou o nome da cidade pelo Brasil e voltou para treinar jovens

– Time de futebol feminino de Botuverá disputou campeonatos fora da cidade

– “Gosto de viver perigosamente”: árbitro conta histórias sobre organização de torneios em Botuverá