Detentos da UPA são transferidos e greve de fome é cessada

O DEAP encaminhou 35 presos da Unidade Prisional Avançada de Brusque para outras três unidades

Detentos da UPA são transferidos e greve de fome é cessada

O DEAP encaminhou 35 presos da Unidade Prisional Avançada de Brusque para outras três unidades

Mesmo com a transferência de 35 detentos da Unidade Prisional Avançada (UPA) de Brusque, o presídio continua com celas superlotadas. Os presos foram encaminhados na terça-feira, 10, pelo Departamento de Administração Prisional (DEAP), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania, para as penitenciárias de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, de Itajaí e Blumenau, no Vale do Itajaí.

Agora, o número está em 112, sendo que a capacidade limite é de 72 detentos. A mãe de um dos que foram transferidos, que não quis se identificar, conta que o filho, que está em regime semiaberto, aguardava pela mudança. “Ele queria sair daqui, porque é desumano. Tinha celas com até 18 presos, sem contar que a comida que eles recebiam era mal feita”, revela.

Ela acrescenta que muitas vezes os detentos não denunciaram as situações por medo dos castigos. “Quando a imprensa divulga, quando eles mandam as cartas, depois quem sofre são eles e nós. Porque os agentes acham que nós somos criminosos também. Infelizmente não temos culpa dos nossos filhos terem cometido deslizes”, diz.

Após a transferência dos detentos, a greve de fome anunciada na segunda-feira, 9, encerrou. A carta enviada para a imprensa afirmava que paralisariam apenas quando houvesse o afastamento do diretor da unidade Eduane Borges Pinto. E alegavam que existe um abuso de poder tanto da parte do diretor quanto dos agentes. O juiz substituto da Vara Criminal, Jeferson Isidoro Mafra, garante não haver uma situação que justifique o pedido. “Não há registro de maus tratos ou qualquer outro tipo de abuso do poder. Mas caso seja apresentado pelos detentos ou familiares, faremos uma análise adequada do caso”.

O juiz realizou uma visita à UPA na quarta-feira, 4, e conversou com alguns detentos. “Nenhum deles falou alguma coisa ou apresentou as reivindicações para que houvesse a greve”. Ele ressalta que só teve conhecimento da carta por meio da imprensa.
Previsão é de mais transferências

O diretor da unidade, Eduane Borges Pinto, revela que a transferência dos 35 detentos é resultado da greve. Até a última semana, estavam agendadas apenas dez transferências, mas por conta da manifestação, conseguiram mais 25 vagas em outras penitenciárias. “Mas, mesmo assim, não estamos com um número ideal de detentos. Aguardamos agora para as novas vagas”, diz. 

Em relação à greve de fome e o pedido de afastamento do diretor, ele afirma não ter fundamento. “Na verdade, o ponto principal da greve era a remissão da pena. Ou seja, queriam algum trabalho para abater os dias, pois se trabalham três dias, diminuem um de pena”, explica Pinto.

Atualmente, 23 detentos trabalham em contêineres, onde prestam serviços para duas empresas: Metais Mondelli e Sancris Aviamento. Quando não tem local para realizar os trabalhos, permanecem nas celas e fazem artesanatos. “Só que descobrimos fraudes, em que um fazia o serviço do outro, então, cortamos esse serviço. Na carta, eles solicitam outras reivindicações, mas essa é a principal”, justifica. Depois da transferência, os detentos cessaram a greve.


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