Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Dia do Colono

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Dia do Colono

Pe. Adilson José Colombi

Dia 25 de julho também é comemorado o Dia do Colono. Portanto, junto com o “Dia do Motorista” ou condutor de veículo. No calendário da Igreja Católica, dia de São Cristóvão (na semana passada lembrei desse dia, aqui nesse espaço).

Quem é o colono? Não há um consenso. Cada região do Brasil tem o seu conceito a respeito. Mas, para nós, aqui no Sul do País, o colono era o trabalhador rural estrangeiro que veio para o Brasil logo após o fim da escravidão negra, na segunda metade do século XIX, início do século XX. Veio para substituir os escravos nas lavouras, em especial as de café, nas terras paulistas. Para São Paulo vieram, sobretudo, os de origem italiana.

Eles trabalhavam em regime de “colonato”. Esse sistema de parceria agrícola tinha a seguinte disposição: moravam em casas dentro da fazenda, trabalhavam nas lavouras e recebiam em troca uma parte da colheita ou então podiam cultivar para seu próprio sustento em determinadas partes de terra. Apesar das dificuldades enfrentadas, muitos se deram bem e conseguiram sua independência financeira, tornando-se inclusive grandes fazendeiros e outros investiram na indústria.

Normalmente eram pessoas ou famílias que na Europa, principalmente na Alemanha e na Itália, que não tinham mais terras para trabalhar e se sustentar ou foram enganados por propaganda, deixaram sua pátria e vieram para cá. Sua intenção primeira era realizar um sonho ser dono da própria terra e com seu trabalho enriquecer, sonho impensável em sua pátria.

Nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, porém, foi um pouco diferente. Aqui, vieram imigrantes de origem alemã e italiana, em maior número. Não foram para as fazendas de café (aqui, não havia essa lavoura), nem vieram para substituir a mão de obra escrava na lavoura.

Eram livres e foram recebidos como imigrantes e foram assentados por organizadores de “Colônias”, em várias regiões que formaram, à duras penas e sacrifícios, suas propriedades rurais e, pouco a pouco, também foram surgindo as cidades, com sua vida própria e também com os parques industriais e comerciais, que até hoje são uma nota característica dessa região.

Hoje, em nossos estados do Sul do país, onde a imigração italiana e alemã foi mais forte, a palavra “colono” ainda é usada para os trabalhadores rurais que tiram da terra seu sustento e para os descendentes dos antigos colonos. Existem as feiras dos colonos, onde eles vendem de frutas e verduras a doces e artesanato. E, nesse contexto, que foi criado o “Dia do Colono” e até hoje é feita sua comemoração, no dia 25 de julho. A grande maioria dos colonos, apesar de não ser muito valorizada, inclusive pelos governos, sente orgulho de sua origem e de sua história, cheia de suor e sacrifícios, mas, com um patrimônio cultural rico e imenso que encanta a todos que a conhece.

Alguns dizem que a definição do 25 de julho como “Dia do Colono” deu-se em 1924, em meio às comemorações do centenário da vinda dos primeiros alemães para o Rio Grande do Sul. O mais importante e até necessário recordar é a heroicidade desses “Velhos Colonos” que formaram, nessa terra do Sul do País, um povo de convicções e valores que o distingue, no conjunto da Nacionalidade Brasileira, por sua fé, seu amor ao trabalho, pela presença da família, pela valorização do espírito comunitário, pelo estima, pelos valores culturais, pela alegria da festa, da música, da boa comida e da boa bebida, pelo desejo de empreender e abrir novos horizontes.

Parabéns a todos os colonos, com carinho de colono.

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