João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Dia Mundial do Trabalho

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Dia Mundial do Trabalho

João José Leal

Hoje, 1º de Maio, os países do mundo inteiro paralisam suas atividades econômicas para a comemoração do Dia Mundial do Trabalho. São desfiles da classe operária e manifestações sindicais por melhores salários e condições de trabalho mais humanas. Afinal, a atividade empresarial precisa cumprir sua moderna função social.

Nem sempre foi assim. Por milênios, o trabalho foi visto como algo indigno e degradante, coisa de escravo, de gente de segunda categoria, numa sociedade humana dividida entre uma minoria nobre e privilegiada e uma maioria miserável, excluída de qualquer direito. Havia os artesãos que desfrutavam de certos direitos e de alguma liberdade para exercer as suas atividades, isso é verdade. Mas, o retrato panorâmico da sociedade antiga, até o advento da democracia moderna, mostrava um quadro perverso: uma maioria escravizada, trabalhando duro para sustentar o luxo, a ociosidade e os prazeres de uma minoria cheia de privilégios.

Com seu grito de liberdade, igualdade e fraternidade entre os cidadãos e os povos de todas nações do mundo, a Revolução Francesa deu início a um longo processo de mudança da milenar e desumana realidade econômica, política e social. Seria uma longa e penosa caminhada que continua nos dias atuais. Durante todo o século 19 e grande parte do século passado, a atividade industrial se desenvolveu com base num capitalismo selvagem, que gerou uma massa de operários mal pagos, famintos, explorados e sem qualquer direito.

Foi um período de intensa luta sindical e operária e de violência contra a classe trabalhadora. Muitos operários pagaram com sua vida. Uns, morrendo nas minas e fábricas insalubres. Outros, tombando nas ruas e praças, lutando por direitos sociais fundamentais, como o salário mínimo, jornada de trabalho, descanso semanal, férias renumeradas, desfraldando a bandeira da liberdade, na luta pelos direitos do trabalhador.

É nesse contexto de luta pela dignidade e valorização da atividade laboral que se insere a história do Dia do Trabalho, instituído para reverenciar a morte de trabalhadores, durante uma greve que passou a ser conhecida como a Revolta de Haymarket. Ocorrida em Chicago, no dia Primeiro de Maio, de 1886, milhares de trabalhadores marcharam pelas ruas daquela cidade norteamericana para reivindicar melhores condições de trabalho.

Hoje, o Estado Democrático de Direito assegura a liberdade sindical e a livre manifestação da classe trabalhadora. O sistema capitalista passou por mudanças e direitos trabalhistas são garantidos por lei e pela Constituição. As relações entre capital e trabalho se tornaram bem menos conflituosas. Porém, o processo de melhoria das condições de trabalho continua.

Porisso, toda a história de luta da classe trabalhadora, simbolizada no Dia Primeiro de Maio, merece ser lembrada e reverenciada, no dia de hoje. Só quem conhece passado pode compreender o presente. Meus parabéns aos trabalhadores de Brusque.

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