Doações de órgãos de seis moradores de Brusque salvaram 16 vidas em 2021

Campanha do Hospital Azambuja visa conscientizar famílias sobre a importância da doação de órgãos

Doações de órgãos de seis moradores de Brusque salvaram 16 vidas em 2021

Campanha do Hospital Azambuja visa conscientizar famílias sobre a importância da doação de órgãos

Em 2021, doação de órgãos de seis moradores de Brusque salvaram a vida de 16 pessoas. Segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), mais de 45 mil pessoas estão na lista de espera por um transplante no Brasil, em Santa Catarina, são 1.224 pessoas.

Neste mês, o Hospital Azambuja realiza a campanha ‘Setembro Verde – Muitas vidas cabem em um sim, diga sim, doe órgãos’. O objetivo é conscientizar e incentivar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos, a fim de dar uma nova esperança a quem aguarda por um transplante.

 

Os doadores

No dia 23 de setembro, Gercino Zuchetti completaria 61 anos. Neotrentino, foi o responsável por transformar em realidade o sonho de vida de muitas pessoas, com o dom de seu trabalho na área da construção civil. Pai de Tânia, Edvan e Patrícia, marido de Marli e avô de Júlia, não saía de casa sem antes pedir proteção ao Nosso Senhor dos Passos, a quem era devoto.

Não poupava esforços para ajudar quem o procurava, deixando seus próprios afazeres de lado para estender a mão. Dono de uma boa saúde, teve sua trajetória modificada por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 25 de junho e se despediu da vida no dia 6 de julho de 2021. Neni para família e Chino para os amigos, colecionou lembranças boas de uma vida dedicada à família, ao trabalho, à solidariedade e à oração.

Com 61 anos, Gercino faleceu após um AVC | Foto: Arquivo pessoal

Idair Maria Silva, a Dona Dai, era uma mulher de muita fé. Sempre preocupada com o bem-estar dos filhos e dos netos, esbanjava bom humor por onde passava. Nos seus 75 anos de vida, era uma mulher bastante independente. Voluntária na Ação Social da Paróquia Sant’Ana, de Canelinha e integrante do Grupo de Idosos Sant’Ana, frequentava estes espaços com muita dedicação e alegria. A mãe de Solange, Sidnei, Sivonei, Farlei e Taciana, gostava de praia, das aulas de pilates e das caminhadas. Em uma quarta-feira de abril deste ano, Dona Dai acordou diferente. Sofreu um AVC hemorrágico e tudo mudou a partir disso.

Atitude nobre

Uma atitude nobre das famílias de Neni e Dona Dai mudou completamente a vida de outras pessoas: eles disseram sim para a doação de órgãos. Ambas as famílias foram acolhidas pela equipe de saúde do Hospital Azambuja, onde receberam todas as orientações a respeito da doação de órgãos, a fim de tomar uma decisão segura.

“As profissionais foram muito queridas conosco, nos prepararam antes e nos explicaram tudo. É um assunto que não falamos dentro de casa, achamos que nunca vai acontecer com a gente, mas aconteceu”, revela Marli, esposa de Gercino.

“Mesmo depois de partir, ele continuou ajudando. Eu acredito que ter a oportunidade de no teu momento de sofrimento fazer outra família sair do sofrimento, vai te ajudar de alguma forma a pensar a vida de um jeito diferente. Eu penso que um pedaço dele ainda vive por aí, não acabou. Foram três vidas que ele ajudou”, enfatiza a filha de Gercino, Patricia Zuchetti.

Dona Dai faleceu aos  75 anos | Foto: Arquivo pessoal

Sensação semelhante é a que tem Solange Silva, filha de Dona Dai. Quando fala da mãe, a emoção ainda é grande, assim como a saudade.

“A equipe foi muito cuidadosa para nos dar a notícia, foi muito especial, nos explicou tudo e todos os detalhes. Lembro que estávamos na Capela do hospital, eu e meus irmãos. Naquele momento, quando nos perguntaram se aceitávamos doar os órgãos da mãe, eu olhei para os meus irmãos e disse sim. E todos eles disseram sim também. Tenho certeza de que a mãe, onde ela estiver, ficou muito feliz com essa decisão. E quando as pessoas me perguntam, eu sinto alegria em dizer que a mãe salvou duas vidas”, revela.

Diálogo e decisão

No Brasil, conforme a legislação, para ser doador de órgãos é preciso conversar com familiares e manifestar o desejo. A doação só pode ser realizada após a família autorizar o procedimento.

Dona Dai com os filhos e demais familiares | Foto: Arquivo pessoal

O hospital conta com uma Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CHT), que tem a finalidade de organizar rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doação. Este trabalho possibilita o acolhimento e amparo da família e ajuda outras pessoas que necessitam de um doador compatível.

Após a decisão da família e seguidos todos os protocolos, o hospital realiza a captação de órgãos, que recebem seus destinos através da Central Estadual de Transplantes de Santa Catarina (SC Transplantes).

Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo SNT.

A chefe da Divisão Técnica da SC Transplantes, Daniela D’Avila, explica que o maior desafio é conseguir desenvolver uma boa comunicação com as famílias, principalmente no que diz respeito ao enfrentamento a uma situação crítica. “Deste modo, vale citar que um bom acolhimento familiar, onde se estabelece uma relação de ajuda às pessoas que perderam seu ente querido, faz com que os mesmos consigam tomar uma decisão com autonomia”, ressalta.

Gercino reunido com a família | Foto: Arquivo pessoal

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