João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Drogas e mortes por overdose

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Drogas e mortes por overdose

João José Leal

O tráfico e o uso de drogas é um tema polêmico. Porisso, como a política, divide as opiniões de especialistas e leigos. No entanto, num ponto, todos convergem e concordam que o consumo indevido de drogas e a consequente dependência do usuário, é um problema que precisa ser enfrentado pelo poder público e pela sociedade civil. A divergência está, apenas, em saber qual a melhor política para a solução razoável e eficaz do problema.

No caso dos Estados Unidos, alguns dos seus Estados liberaram o consumo da maconha, droga considerada menos nociva à saúde do que o tabaco e o álcool. Assim, pode ela ser adquirida em estabelecimentos comerciais credenciados. As demais drogas de maior potencial destrutivo da saúde continuam proibidas e punidas com severas penas. Nesse ponto, a lei federal norteamericana está entre as mais rigorosas. A ação da sua Agência Anti-Drogas tem sido implacável em relação aos traficantes e a justiça criminal responde no mesmo nível de severidade.

Mas, parece que a política norteamericana de liberação da maconha e de repressão às demais drogas pesadas, não é a melhor forma de tratar o problema. Informações oficiais dizem que, no ano passado, morreram ou se mataram, por overdose, mais de 72 mil usuários de drogas. Desde 2010, o país vive uma trágica epidemia de mortes por uso excessivo de narcóticos. Na sinistra e alucinógena caminhada para o morticínio coletivo, holocausto de vítimas de uma delirante tragédia desejada ou procurada, as drogas sintéticas derivadas do ópio foram as mais usadas.

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Num país de exagerado liberalismo, que só admite intervenção do Estado na área econômica e social em casos excepcionais, as autoridades reconhecem que a sociedade norteamericana vive uma grave situação de emergência no campo da saúde pública. E não é para menos. Tantas mortes precoces, buscadas por milhares de dependentes da pílula sintética ou do pó mágico, gente angustiada, desesperada, alucinada, representam uma terrível tragédia, numa sociedade tão cheia de riqueza. O pior é que os números tem aumentado a cada ano.

Quando a tragédia teve início, mais de dois milhões de americanos faziam uso de poderosos analgésicos legais. Muitos se tornaram viciados e as autoridades acabaram por estabelecer medidas enérgicas contra a venda desses analgésicos. Para estudiosos do problema, a dificuldade criada pela legislação levou boa parte dos dependentes a consumir heroína, no mercado clandestino e, principalmente, o fentanil, mais barato e muito mais potente.

Não é só a heroína, cocaína e outras drogas sintéticas. No mundo sem lei e sem compaixão do tráfico, novidades trasvestidas de pílulas douradas sempre aparecem. Uma nova droga, um tipo de maconha sintética, conhecida como K2, está no mercado negro da morte precoce. É a nova arma tóxica usada para acelerar o naufrágio dos alucinados navegantes de um mar tenebroso, nas suas viagens de sofrimento e dor, sem rumo e sem volta.
Sem dúvida, o problema do tráfico e consumo de drogas é polêmico. Se liberar, o tráfico continua no mercado paralelo com suas drogas mortíferas. Se proibir, o tráfico atua clandestinamente para continuar levando a morte sob a forma de pó mágico e de pílulas douradas.

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