Editorial: 100 dias sem homicídios
Nesta quarta-feira, 15, o jornal O Município noticiou que Brusque alcançou a simbólica marca de 100 dias sem registrar homicídios. A última morte violenta no município foi a de Antonio Marcos Sousa, assassinado a tiros em uma rua do bairro Cedro Alto, no dia 7 de julho.
Conforme avaliação do delegado regional de Brusque, Fernando de Faveri, o número representa um marco na segurança pública da cidade, que é reconhecida pelo seu baixo índice de letalidade violenta.
A marca ressalta, portanto, uma das principais características que torna Brusque uma cidade acolhedora: a sensação de segurança. É, naturalmente, uma conquista das forças de segurança do município, que atuam arduamente para manter a paz nas ruas.
Mas, mais do que isso, é uma conquista também da organização da sociedade, que há anos atua como força auxiliar do estado para equipar e apoiar os órgãos de segurança pública.
Entidades como a Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (Acibr), a Câmara de Dirigentes Lojistas de Brusque (CDL), o Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sindilojas) e a Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque (Ampebr) se mobilizam de forma contínua para auxiliar as polícias.
O convênio de radiopatrulha, por exemplo, firmado em 2018, arrecada recursos para a PM e a Polícia Civil. Para se ter uma ideia, conforme o último balanço divulgado, relativo ao ano de 2024, foi possível realizar investimentos na nova sede da Delegacia de Investigações Criminais (DIC).
Na Polícia Militar, o repasse do convênio é uma das principais fontes de custeio da corporação, e visto como primordial para o bom andamento das atividades.
A instalação de um sistema de câmeras de segurança, que opera desde 2020, também foi viabilizada com apoio das entidades.
Dessa forma, é possível afirmar que a sociedade, por meio das entidades representativas, tem papel imprescindível para manter o status de cidade segura que Brusque tem. Pois as polícias conseguem fazer o seu trabalho de repressão e prevenção ao crime por estarem bem equipadas, uma situação que seria diferente sem os recursos levantados pelas entidades.
É preciso destacar, ainda, o papel do governo municipal, que tem se disposto a ouvir as reivindicações das autoridades de segurança, e trabalhado para auxiliar a tirá-las do papel.
Como sabemos, é impossível garantir uma cidade sem nenhum homicídio. Sempre há uma ou outra desavença pessoal ou situação passional que acabe gerando um assassinato, infelizmente.
Mas é possível, sim, fazer como Brusque tem feito: evitar a institucionalização do crime organizado, como ocorre em outras cidades, e evitar que pessoas sejam vítimas aleatórias da violência, como se vê no noticiário nacional diariamente.
Portanto, trata-se de uma conquista da Polícia Civil, da Polícia Militar, do governo mas, principalmente, da sociedade brusquense, que auxilia a polícia e, de forma geral, repudia a violência.
