Editorial: As mudanças no trânsito
As mudanças recentes no trânsito de Brusque foram o tema mais comentado da semana, com opiniões favoráveis e contrárias às modificações. No domingo, 26, a Prefeitura de Brusque bloqueou a rotatória próxima à Apae, no Jardim Maluche, que deixou de existir. Simultaneamente, foi liberada para o tráfego a nova Beira Rio, do trecho da ponte do Maluche em direção aos bairros Dom Joaquim e Rio Branco.
Nos primeiros dias, as mudanças, obviamente, causaram estranhamento. No caso da Beira Rio, os motoristas ainda estão se acostumando com a sinalização, entendendo onde devem ir para retornar ao centro e para seguir em direção aos outros bairros. Isso causou cenas até cômicas, com motoristas andando em looping na região da ponte que liga o Maluche ao Rio Branco.
No caso da rotatória, também houve reclamações, e algumas filas se formaram na avenida Hugo Schlösser nos primeiros dias do fechamento. Logo, aqueles que ficaram presos no congestionamento já manifestaram opiniões contrárias às mudanças. Outros, no entanto, consideraram que melhorou o fluxo.
Nesse caso, ambas as avaliações não podem, ainda, ser consideradas certas ou erradas, mas precipitadas. Isso porque é necessário, conforme falado pelo secretário de Trânsito, Emerson Andrade, em reportagem publicada nesta sexta-feira, 31, um período maior para que os motoristas se adaptem ao novo modelo.
Com isso, nas primeiras semanas, é natural que haja desencontros, erros e confusões. Muitos motoristas estão acostumados a dirigir há anos, até décadas, pelo mesmo trajeto. Alterar de uma hora para outra com certeza causa problemas. No entanto, a tendência é de que eles sejam temporários.
O que parece haver é, por ora, apenas falta de assimilação dos motoristas dos novos trajetos. É preciso paciência e o tempo necessário para avaliar se as mudanças são positivas ou negativas.
Daqui a algum tempo, no entanto, é necessário que seja feita uma avaliação minuciosa da situação, o que também já foi anunciado na reportagem. Se constatado que o tráfego de fato piorou, nada impede que sejam revistas as medidas tomadas. Afinal, é uma matéria complexa, e ninguém é detentor da sabedoria suprema em relação ao assunto.
Dessa forma, o jornal O Município considera precoces as avaliações definitivas feitas pela população de que as mudanças são boas ou ruins. O prognóstico parece positivo pois, além do trânsito no local em si, o objetivo das modificações também foi reduzir o tráfego em outras áreas, como o bairro Guarani, por exemplo.
Por isso, é preciso dar tempo ao tempo, avaliar com propriedade e discutir todos os ângulos: o que é bom veio para ficar e, o que eventualmente se mostrar ruim, deverá ser revisto. Até lá, como diria Lenine, é preciso um pouco mais de paciência.
