Editorial: Exceções à regra
Nesta semana, o jornal O Município publicou reportagens sobre dois casos de empresas que deixaram seus clientes sem ressarcimento e respostas após simplesmente fecharem as portas.
No primeiro caso, a Yeesco, que teve a falência decretada pela Justiça após demonstrar que não seria capaz de honrar os pagamentos devidos. Milhares de pessoas fizeram encomendas pela internet, pagaram e não receberam os produtos. Suas chances de serem ressarcidos é mínima, já que são os últimos na fila de pagamentos.
O outro caso é da Laserfast, empresa que atua no ramo de depilação, a qual vendeu diversos serviços, até mesmo planos vitalícios, e fechou as portas em abril sem dar satisfação aos clientes, tampouco ressarcimento. A esperança de reaver o dinheiro também é mínima.
Esses casos deixam os consumidores desconfiados, mas devem ser tratados como exceção. Definitivamente, este não é o padrão das empresas de Brusque, que em sua maioria esmagadora são sérias e entregam o que lhes foi contratado.
As duas empresas citadas, além de deixarem os clientes na mão, não dão explicações. Uma delas é franquia e, conforme apurado, os donos até já mudaram de país. No caso da outra, há rumores de que os donos tenham mudado a operação para outra cidade, operando com um novo CNPJ.
No caso da Fábrica Renaux, por exemplo, apesar da decretação da falência, há 12 anos, os credores foram pagos gradualmente, conforme a ordem estabelecida no processo.
Além disso, mesmo nos momentos de crise, os administradores compareciam a assembleias e davam entrevistas, na qual prestavam contas aos clientes, funcionários e fornecedores. Estavam presentes para enfrentar as críticas, ouvir as demandas.
Por isso, é muito importante que os consumidores estejam atentos e conheçam as empresas com as quais fazem negócios. Quem são os donos, se de fato se estabeleceram na cidade, qual a avaliação dos consumidores que já fizeram compras naquela empresa.
Fazendo essa pesquisa prévia, não é difícil diferenciar uma empresa sólida de uma aventureira, pois a credibilidade não é algo que se compra, é conquistada ao longo do tempo.
Os consumidores de Brusque são pessoas batalhadoras, que ganham seu dinheiro com o suor do trabalho duro. Esse esforço deve ser valorizado, comprando com quem também trabalha sério e valorizando as empresas locais. Seu dinheiro é um bem precioso para ser entregue a aventureiros.
