Em busca de melhores condições, venezuelanos pedem emprego nos semáforos de Brusque

Secretaria de Assistência Social afirma que presta atendimento aos estrangeiros

Em busca de melhores condições, venezuelanos pedem emprego nos semáforos de Brusque

Secretaria de Assistência Social afirma que presta atendimento aos estrangeiros

Durante o período da pandemia de Covid-19, tem sido comum avistar nos semáforos de Brusque estrangeiros com cartazes em busca de um emprego, sobretudo venezuelanos, que vieram ao Brasil em busca de melhores condições de sobrevivência.

Um destes exemplos é Luis Miguel Leiva Rodriguez. Natural da Venezuela, tem 24 anos, uma filha de dois anos e 9 meses e mora com ela e a esposa na Travessa Dom Joaquim, em Brusque.

Em 16 de setembro de 2017, ele saiu da Venezuela e se instalou em Roraima, onde morou por dois anos, trabalhando nas ruas, semáforos e limpando pára-brisas. 

Em seguida, se mudou com a família para Careaçu/MG, onde viveu por três meses. Rodriguez destaca que era uma cidade pequena e não tinha vagas de emprego, por isso, o padre da cidade conseguiu que ele fosse para Goiânia. Lá, não teve melhor sorte.

De Goiânia, onde ficou alguns dias, veio para Camboriú com pouco dinheiro e conseguiu trabalho com limpeza, enviar dinheiro para pagar a passagem para a mãe dele vir morar na cidade, onde viveu pelo período de sete meses. 

Ele conta que um rapaz que conheceu a mãe dele indicou Brusque por ter mais oportunidades de trabalho, e por causa disso, está há morando na cidade e em busca de emprego. 

Ele espera que a mãe possa se mudar para o município até agosto. “Já faz três anos que saímos da Venezuela por causa da crise, é muito triste a situação de lá. Comida muito cara, tudo muito caro”, lamenta.

Destaca que tem experiência como servente de pedreiro e na área da limpeza, mas está disposto a aprender novas funções. “Preciso de um trabalho para sustentar minha família, pois o melhor na vida é poder trabalhar, e poder ajudar meu pai e minha avó que ainda vivem na Venezuela”, ressalta Rodriguez.

O Município procurou a Secretaria de Assistência Social e Habitação para entender de que forma o poder público pode ajudá-los. Segundo o secretário da pasta, Odair Bozio, os venezuelanos que têm pedido oportunidades no mercado de trabalho nos semáforos de Brusque têm recebido atendimento da secretaria.

Ele explica que o atendimento prestado aos imigrantes é o convencional, o mesmo dispensado aos brasileiros que necessitam de apoio da Secretaria. Eles são identificados por meio dos serviços de abordagem social.

“A pessoa, munida da sua documentação pessoal, passa por uma avaliação socioeconômica. Desta forma ocorre a concessão do benefício da cesta básica”, comenta Bozio.

A distribuição da cesta é mensal. Caso a pessoa atendida não possua a documentação, precisa realizar boletim de ocorrência. Em relação à procura por emprego, o máximo que a secretaria pode fazer é encaminhar os atendidos a agências de emprego.

Bozio afirma que os venezuelanos que moram em Brusque não estão em situação de rua. No entanto, diz que permanecem no que classificou como “situação de mendicância” para arrecadar dinheiro e ajudar na vinda de outros familiares para Santa Catarina.

Não há, no momento, estrangeiros abrigados no albergue municipal ou recebendo acompanhamento do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop).

A pandemia de Covid-19 aumentou a procura pela assistência social, mas o secretário não afirma que houve maior movimento de venezuelanos ou outros estrangeiros. Por outro lado, mais pessoas que precisaram acessar o seguro-desemprego têm bucado o auxílio da pasta.

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