Aos 20 anos, Mariana Thomaz de Oliveira tem uma rotina semelhante à de milhares de jovens brasileiros. Acadêmica do curso de Engenharia de Produção do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), ela faz jornada dupla: trabalha durante o dia e estuda à noite.

A futura engenheira trabalha na RC Conti – empresa do ramo de confecções – e atua como auxiliar de PCP (programação e controle da produção). Sua história na empresa iniciou muito cedo, aos 15 anos, como jovem aprendiz. O desempenho foi tão bom que, após o término do programa, a direção da empresa resolveu efetivá-la.

Nesses cinco anos de empresa, ela já passou por várias funções e foi a sua atuação dentro da fábrica de pijamas da marca Mensageiro dos Sonhos que a fez escolher engenharia de produção como profissão. Quando adolescente, sonhava em cursar Publicidade e Propaganda, mas o seu contato direto com a indústria a levou para outro caminho.

“Depois que eu entrei aqui, comecei a ver como é esse cotidiano de chão de fábrica, do administrativo, e eu consegui visualizar o que eu queria pra mim. Então decidi cursar Engenharia de Produção”, diz.

A rotina é puxada, mas Mariana sabe que, no final, todo o esforço será recompensado. Para ela, a educação é essencial e, por isso, acredita que apenas a graduação não basta. Ela já vislumbra cursar uma especialização no futuro e pretende até dar aulas. “Pretendo continuar estudando e trabalhando. O estudo é essencial não apenas para minha carreira profissional, mas para para buscar evolução”.

Necessidade para crescer

Assim como Mariana, Leandro Moreno Portes, 27 anos, também faz jornada dupla. Ele trabalha há cinco anos na Zen S.A – empresa do ramo metalúrgico – e há dois anos viu a necessidade de iniciar uma graduação.

Portes iniciou na fábrica como operador de máquinas. Depois de um tempo, passou na seleção interna para uma vaga no setor de engenharia de qualidade da empresa. Ali, viu que a chave para crescer profissionalmente seria investir nos estudos. “Eu percebi que se eu não tivesse um curso superior eu iria parar. Eu quero ter uma carreira, subir lá dentro”.

A escolha do curso de Engenharia Mecânica foi feita, portanto, com base na expectativa de crescimento dentro da empresa.
“No mundo de hoje, cada vez mais competitivo, o mínimo que a pessoa tem que ter é um curso superior, conhecimento que vai levá-lo a algum lugar, que não vai deixar parado no tempo”, diz o estudante. “Hoje não é um diferencial, é uma necessidade, a pessoa tem que ter para abrir a cabeça e ter noção maior do mundo”.

Portes trabalha das 7h às 17h. A rotina é estafante. Mal chega em casa, já é chegada a hora de ir para a faculdade. O esforço, ele garante, valerá a pena. “É um sacrifício que a gente acaba fazendo para lá na frente colher os frutos, não é fácil, muitas vezes não sobra nada de tempo livre, mas acredito que serei recompensado”.

Para esses e tantos outros jovens, a jornada dupla de trabalho e estudo é a única maneira de crescer profissionalmente. Ao ganhar conhecimento nos bancos universitários, eles galgam posições dentro das empresas em que atuam, e também projetam para si um futuro mais tranquilo.