Empresa busca solução para reduzir fumaça expelida no bairro São Pedro

Moradores reclamam de poluição; Latina Têxtil afirma que está tentando reduzir a emissão de fumaça

Empresa busca solução para reduzir fumaça expelida no bairro São Pedro

Moradores reclamam de poluição; Latina Têxtil afirma que está tentando reduzir a emissão de fumaça

Moradores do bairro São Pedro estão insatisfeitos com a quantidade de fumaça expelida por chaminés da empresa Latina Têxtil, localizada na rua São Leopoldo. Eles reclamam que a fumaça está invadindo as residências e atrapalhando a saúde e o sossego da vizinhança.

Uma moradora que está há quase quatro anos no local diz que está sendo muito prejudicada pela poluição, tanto em questões de saúde quanto de limpeza. Afirma que teve que fazer mudanças no pátio da casa, trocando o cimento por grama, pois não conseguia mais limpar a fuligem.

Além disso, afirma que é impossível colocar a roupa para secar fora de casa, devido à fumaça.

Daniela Pavesi Lacerda, moradora da rua Leonilda Leoni Pedrini, foi uma das responsáveis pela reclamação apresentada junto à Fundação do Meio Ambiente (Fundema), na semana passada.

Ela afirma que os moradores do bairro estão insatisfeitos porque já foram feitas reclamações anteriores, e a situação ainda não foi resolvida. “A gente não pode estender uma roupa no varal, é sujeira, é fuligem, é cinza, e ninguém tomou uma atitude”, diz.

Empresa busca solução
Encontrar uma solução para o caso, informa a Latina, não é fácil. A diretoria da empresa esclarece, inicialmente, que a Latina existe há 28 anos e, à época em que foi construída, não havia moradores no local, portanto, não foi previsto que a atividade têxtil causaria problemas desse tipo.

Também informou que a fumaça por ela expelida é a mesma que outras empresas do setor expelem, no entanto, a diferença é que a Latina está situada no meio de centenas de residências, o que faz com que os efeitos sejam mais sentidos.

A diretora da Latina explica que sua atuação está correta, dentro do que prevê a legislação ambiental, e que todos os laudos de impacto ambiental estão atualizados, assim como sua licença ambiental.

Apesar disso, ainda existe a fumaça, que incomoda os moradores. A empresa reconhece a existência do problema, e afirma que está tomando todas as medidas para tentar solucioná-lo.

Já foi tentado reduzir a emissão por meio de procedimentos internos, verificando que tipo de material gera mais ou menos fumaça, mas não houve sucesso.

A empresa possui também um comitê que está em busca de solução para o problema. Este comitê tem procurado empresas especializadas, mas há dificuldade em encontrar alguma que esteja disposta a desenvolver uma solução.

Foi sugerida a construção de chaminés mais altas, com 30 a 50 metros, por exemplo, mas foi constatado que isso traria um risco do material desabar. Também foi sugerido o uso de água para filtrar o material que sai da chaminé, mas se verificou que isso faria aumentar o alcance da fumaça.

Atualmente, a empresa está desenvolvendo um novo sistema, que consiste na colocação de filtros individuais nas chaminés, os quais serão testados em breve. É a aposta mais recente da Latina para tentar amenizar o problema da emissão de fumaça.

A empresa informa, por fim, que está disposta a ouvir a comunidade, caso esta tenha sugestões de como melhorar a situação.

Reclamação feita na Fundema
Na sede da Fundema, onde os moradores se reuniram com o superintendente do órgão, Cristiano Olinger, a informação que foi repassada é de que haverá uma fiscalização conjunta, nesta semana, para averiguar a situação e decidir quais providências podem ser tomadas.

O assunto teve repercussão também na Câmara de Vereadores. O vereador Marcos Deichmann (Patriotas) reclamou da situação na tribuna, em sessão do Legislativo. Disse que a poluição do ar na localidade é constante.

Em reunião com a Fundema, ficou definido que haverá uma fiscalização no local | Foto: Divulgação

Outro vereador, Cleiton Bittelbrunn (PRP), que é morador da área afetada, apresentou requerimentos a três órgãos distintos, no qual solicita a investigação e tomada de providências sobre o caso.

Os ofícios foram protocolados, além da Fundema, na Fundação do Meio Ambiente do estado (Fatma) e no Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).

 

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