Entidades médicas de Brusque pedem conscientização das pessoas para combater pandemia

Presidentes de ABM e regional da Simesc falam que lockdown não funciona se não houver coordenação entre esferas

Entidades médicas de Brusque pedem conscientização das pessoas para combater pandemia

Presidentes de ABM e regional da Simesc falam que lockdown não funciona se não houver coordenação entre esferas

Os presidentes das entidades médicas de Brusque acreditam que o lockdown na cidade não deve ser a medida mais efetiva para conter o avanço da pandemia. Eles destacam que, sem uma ação coordenada, esta medida pode não ter o efeito que se espera em relação à desaceleração dos casos.

Gustavo Gumz, presidente da Associação Brusquense de Medicina (ABM), diz que uma ação apenas regional poderia levar as pessoas a outros locais durante os dias de fechamento de atividades não essenciais.

“O lockdown isolado em caráter local precisa ser avaliado de forma muito criteriosa, pois pode prejudicar a cidade economicamente e ao mesmo tempo não resolver a questão da ocupação hospitalar. Achamos que medidas de restrição extrema poderiam ser efetivas caso fossem organizadas em cascata nas três esferas (nacional, estadual e municipal), com ampla compreensão e mobilização do povo brasileiro”.

Presidente regional de Brusque do Sindicato dos Médicos do Estado Santa Catarina (Simesc), Laércio Cadore acredita que as medidas restritivas não terão efeito se não houver uma conscientização da população.

“Falta o cidadão entender o isolamento. Não adianta ter lockdown e as pessoas fazerem reuniões familiares”.

Cadore acredita que seja coerente que a prefeitura tenha proibido cirurgias eletivas por um tempo para evitar a ida de pacientes para UTIs, apesar de acreditar que isso poderia ser um pouco mais flexível para pequenos procedimentos. “Eu respeito, porque a medida foi certa para esse momento. É um momento delicado, foi acertado”.

Gumz também faz uma apelo para que a comunidade em geral siga à risca as recomendações de higiene e do uso de máscaras.

“A ABM concorda com a posição de outras entidades médicas, reforçando ser fundamental a população geral continuar seguindo à risca as recomendações de uso de máscara, higiene das mãos e objetos pessoais e distanciamento social sempre que possível, bem como manter cuidados intensos com os grupos de maior vulnerabilidade. Para vermos uma melhora significativa no número de casos e o fim dessa doença terrível, precisaremos dar as mãos e fazermos cada um a sua parte”.

“Próximos 15 devem ser mais graves”

Gumz destaca que é de vital importância a vacinação em massa da população o mais rápido possível. Ele acredita que a possibilidade de estados, municípios e a iniciativa privada comprem doses deve ser levada em conta, para acelerar o processo de vacinação e aliviar parte da pressão existente no SUS em âmbito federal.

Para Cadore, é essencial também que haja uma cobrança sobre o governo estadual para aquisição de mais vacinas e também de pelo menos mais 10 leitos de UTI Covid em Brusque. Além disso, ele pede a valorização dos profissionais da linha de frente e apela para que mais pessoas sejam contratadas.

“Precisamos de pessoas capacitadas. Tem que haver um olhar mais sério para a quantidade de pessoal na linha de frente. Tem que chamar mais gente, abrir um concurso público e oferecer condições. Os estudos mostram que os próximos 15 devem ser mais graves ainda do que estamos vivendo hoje”.

O presidente regional da Simesc ainda alerta para a necessidade de as autoridades e dos hospitais para que não falte relaxantes musculares e sedativos, essenciais para o tratamento da Covid-19.

“Neste momento, é obrigação do poder público estar preparado quatro vezes o número de internações. Tem que buscar onde estiver, até em outros estados, para atender a demanda. Corremos o risco de ter falta”.


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