Especialista e educadores falam da prevenção e tratamento de piolhos

Verão é a estação perfeita para o parasita se proliferar entre as crianças

Especialista e educadores falam da prevenção e tratamento de piolhos

Verão é a estação perfeita para o parasita se proliferar entre as crianças

A comunicação eficaz e constante entre a escola e os pais é fundamental durante todo o ano, mas no começo de ano letivo aparece um problema em particular: os piolhos. Estes parasitas instalam-se na cabeça das crianças e adultos e se alimentam apenas de sangue. Gostam de ambientes quentes, escuros e úmidos e depositam ovos nos fios de cabelo. O verão, que coincide com o início das aulas nas creches – em Brusque começa hoje -, é a estação perfeita para esta praga se proliferar entre as crianças e o bom relacionamento entre responsáveis e instituição é a principal forma de combatê-la.

A diretora do Centro de Educação Infantil dos Comerciários de Brusque, Ana Gevaerd, diz que é comum haver piolhos entre as crianças, independentemente da turma ou estabelecimento. Ciente disto, o quadro de professores já é orientado a ficar de olho nos alunos por sinais de foco do piolho. “As professoras ficam atentas se a criança está coçando muito a cabeça e outros sinais”.

A política da creche é bastante rígida com relação ao surgimento de piolho, e assim deve ser, para evitar o contágio e um surto em massa. Quando uma criança com piolho é identificada os pais são chamados, no mesmo dia, para buscá-la. “No dia seguinte, ela só entra se apresentar o atestado médico”, afirma Ana. Além disso, a direção envia um bilhete na agenda para os pais verificarem as cabeças dos filhos.

As professoras orientam as famílias a buscar um pediatra antes de aplicar qualquer remédio porque a criança pode ter algum tipo de alergia.

De modo geral, o aluno tem de ficar alguns dias afastado da escola para poder se descontaminar e voltar, com o aval médico.

Como se percebe, o procedimento padrão na creche dos Comerciários depende bastante da comunicação pais-instituição. A diretora afirma que a participação dos responsáveis é fundamental, tanto no tratamento quanto na prevenção. Por exemplo, se uma mãe percebe que o filho tem piolho, deve comunicar imediatamente à escola.

A boa comunicação é de extrema importância, assim como no Sesi Escola de Brusque. A diretora Vera Lúcia do Nascimento afirma que o relacionamento entre o Sesi Escola e os pais é muito bom e primordial para o sucesso da instituição. “Temos uma comunidade escolar muito bem engajada. O bilhete que mandamos na agenda também vai por e-mail, então muitos pais chegam em casa e já sabem o que o filho tem na agenda”, diz.

Quando uma criança é identificada com piolho no Sesi Escola, um bilhete é enviado na agenda para os pais de todas as turmas e de toda a instituição. É uma campanha geral, nas palavras da diretora. O resultado é positivo e, geralmente, resolve o problema, segundo Vera. De acordo com ela, não há uma grande incidência do ácaro na unidade, mas “todo ano tem”.

“O piolho é um problema recorrente. Temos problemas todos os anos”, afirma a diretora do Centro de Educação Infantil Sofia Dubiella, Valenska Suavi. Na rede pública, a comunicação e participação dos pais na vida escolar dos filhos é igualmente fundamental. Assim que um caso é identificado, os demais responsáveis também são comunicados do fato por bilhete na agenda.

Valenska afirma que os pais são participativos e podem avisar a escola se encontram piolho nos filhos. A solução, de modo geral, é rápida, mas há casos mais extremos. Algumas famílias não sabem fazer a verificação dos filhos, nestas situações, as professoras orientam como limpar, tirar as lêndeas e sanear o problema.

Especialista desmistifica o piolho

A dermatologista Nadine Vandressen Cruvinel explica que, diferentemente do senso comum, o piolho não está relacionado à falta de higiene pessoal. “Não é porque tem o cabelo limpinho que não vai ter”. O piolho é um parasita que se instala da na cabeça das pessoas, mas sobretudo em crianças, por que os fios são mais finos. O tratamento é simples e barato, mas exige atenção.

Uma vez infectada, a criança com piolho deve ser afastada do convívio escolar, afirma a especialista. Ela comenta que o contágio acontece por meio do contato humano e compartilhamento de utensílios como escova de cabelo, ou seja, não depende do nível de limpeza do menino ou menina. “O piolho sobrevive até dois dias na escova de cabelo”, exemplifica a médica.

Nadine diz que é muito importante tratar assim que se tem notícia do problema porque a reprodução do piolho é muito rápida. São depositados 200 ovos ao dia, segundo a especialista. Ela afirma que as professoras em sala de aula também devem ficar atentas para diagnosticar imediatamente e evitar um surto.

O tratamento deve ser feito com acompanhamento médico. Métodos caseiros não são aconselhados porque o couro cabeludo é sensível e o menino ou menina pode ter alguma alergia à substância. “Em três dias, a criança já pode voltar para a escola”, diz Nadine.

Nos casos mais extremos, em que a família não trata a criança, pode haver uma infecção. “Como ela coça muito, cria feridas e pode ter uma infecção bacteriana. Aí tem casca e pus. Neste caso, sim, entra a higiene”. A dermatologista afirma que nunca soube casos assim em Brusque.

 

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