Especialistas analisam alternativas para o trânsito após interdição da ponte Arthur Schlösser

Prefeitura de Brusque ainda estuda a melhor maneira de fazer o reparo da estrutura

Especialistas analisam alternativas para o trânsito após interdição da ponte Arthur Schlösser

Prefeitura de Brusque ainda estuda a melhor maneira de fazer o reparo da estrutura

Desde o fechamento da ponte Arthur Schlösser, próxima ao terminal, e a interdição de ambas as margens da avenida Beira Rio em função das cheias no rio Itajaí-Mirim e, posteriormente para limpeza, os motoristas e usuários do transporte coletivo têm sofrido com os transtornos no trânsito.

A Prefeitura de Brusque ainda estuda a melhor maneira de fazer o reparo na ponte e de amenizar os impactos. Cogita-se que poderá ficar até seis meses fechada. Há, ainda, a possibilidade dela ser liberada em meia pista.

O Município falou com especialistas em trânsito, além de profissionais que circulam pela cidade, para analisar os impactos da interdição da ponte.

Transporte coletivo preocupa

O diretor da Secretaria de Trânsito e Mobilidade, Luis Henrique Blumer, que é técnico em Tráfego e Administração em Segurança do Trânsito, avalia que os atrasos das linhas de transporte coletivo têm sido um dos maiores problemas. “Com a interdição da ponte faltam opções de saída da área central de Brusque para os bairros”.

Um dos focos do trabalho é o conserto da Arthur Schlösser. Há, no entanto, decisões estratégicas a tomar. Uma delas seria um escoramento mais simples da ponte, que permitiria a passagem de veículos leves, inicialmente em uma das pistas.

A outra consiste em fazer o escoramento mais “robusto”, que permite a passagem de veículos maiores, mas que demoraria mais para ser feita. “São opções que estão sendo estudadas, mas não podemos tomar medidas radicais, é preciso ponderamento”.

O vereador Paulo Sestrem, que é técnico em Circulação de Tráfego e possui pós-graduação em Gestão e Segurança de Trânsito, concorda que o maior problema é o transporte coletivo. Ele observa que muitas pessoas estão se atrasando nos compromissos de trabalho, de estudo e de Saúde.

Ele sugere que sejam fixados os novos horários que os ônibus estão chegando para auxiliar as pessoas, nos pontos de embarque e desembarque.

Sestrem avalia que a mobilidade dos brusquenses na área central está limitada – enquanto era possível fazer determinados trajetos em 10 minutos, agora demora-se até 40.

O técnico afirma que, por isso, o trabalho da Guarda de Trânsito de Brusque (GTB) é indispensável, já que os agentes mostram aos motoristas os pontos estratégicos de circulação entre 7h e 19h. Por outro lado, observa que deveria ter uma maior divulgação dos desvios, já que ainda estão sendo insuficientes, na sua opinião.

Ponte estaiada em mão dupla

Blumer destaca que, provisoriamente, avalia-se as implicações de tornar mão dupla a ponte estaiada Irineu Bornhausen. Para ele, o maior problema seria a necessidade da criação de novos tempos de semáforos e a redução de largura das pistas, que causaria uma diminuição da fluidez em ambas as margens do rio.

“As distâncias menores nem sempre são mais rápidas se tiver um cruzamento congestionado nas cabeceiras das pontes. Em algumas situações, distâncias mais longas passam a ser mais rápidas”, exemplifica.

Para Célio Marquez, especialista em trânsito e proprietário da Auto Escola Marquezan, dobrou o congestionamento no Centro de Brusque desde o fechamento da ponte. Ele acredita que a mão dupla na ponte estaiada amenizaria o problema. Outra alternativa, diz ele, é fazer um estudo para liberar uma das vias da ponte do terminal.

Por outro lado, Sestrem é enfático ao dizer que a mão dupla “tem tudo para piorar a circulação na área central”.

Para ele, seria necessário aumentar o tempo do semáforo da cabeceira da ponte com a rua Hercílio Luz, do cruzamento da rua Pedro Werner e do cruzamento no antigo HSBC.

“Precisamos fazer o trânsito fluir e não criar um conflito maior na via central, não pode-se dar um passo errado. Brusque precisa de um Plano de Mobilidade, e essa (ponte do terminal), assim como a estaiada, são as que realmente fazem o trânsito girar na cidade”, diz Sestrem.

Ele ainda sugere a alteração da rua em frente ao terminal (Alameda Bailarina Ana Paula) para mão inglesa, fazendo que os veículos vindos da ponte estaiada na faixa de rolamento da esquerda da Arno Carlos Gracher tivessem que convergir à esquerda nesta mão inglesa.

Na saída da rua Germano Moritz Hoffamamn, ele sugere a implantação de uma barreira até a faixa central da Arno Carlos Gracher para garantir a saída a esquerda livre também, para quem vem da rua do Cako Lanches.

Taxistas lucram com distâncias maiores

O taxista Leonardo da Costa, que tem ponto na praça Barão Schneeburg, avalia que o fechamento da ponte está causando “prejuízos terríveis” para a população, pois aumenta as distâncias. Como exemplo, ele diz que seu faturamento cresceu cerca de 30% na última semana devido ao aumento dos trajetos.

Gregory Valotta de Souza, que atua no ponto da loja Casas Bahia, diz que demora em média 15 minutos a mais para fazer o trajeto do Centro até os bairros Primeiro de Maio, Azambuja e Águas Claras. Como o valor da corrida fica maior, o cliente reclama e o taxista acaba oferecendo desconto. “Antes ganhávamos R$ 15 em uma corrida, agora ganhamos até R$ 23, mas o cliente fica triste”.

Mudanças no transporte coletivo
As saídas do terminal urbano para as linhas Santa Luzia, Beco Pavesi, Zantão, Poço Fundo, Ponta Russa, rua Nova Trento, Águas Claras, Azambuja e Thomaz Coelho possuem trajeto modificado.

O ônibus sai do terminal pela avenida Arno Carlos Gracher e segue para a ponte Mário Olinger (dos bombeiros). Em seguida, se desloca para a rua Henrique Rosin, rodovia Antônio Heil e avenida Getúlio Vargas, onde volta a seguir seu trajeto original.

Pontos monitorados pela Guarda de Trânsito
Cruzamento da rua Adriano Schaefer com a rua Rodrigues Alves, próximo ao INSS;
Cruzamento da rua Alexandre Atanázio Gevaerd com a rua Rodrigues Alves, próximo ao Hotel Innovare;
Cruzamento da rua Rodrigues Alves com Barão do Rio Branco, próximo à Caixa Econômica Federal;
Cruzamento da avenida Otto Renaux e avenida Centenário

Rotas alternativas sugeridas pela Setram
Acesso pela ponte Antônio Maluche (entre o Jardim Maluche e o Guarani)
Acesso pela ponte Mário Olinger (a dos bombeiros)

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