E assim se passou uma semana… e a “noite mais importante da indústria cinematográfica” continuou ecoando suas notícias, mesmo que, mais uma vez, tenha batido recorde negativo de audiência. Compreensível, a cerimônia fica mesmo mais chata a cada ano.

Passou da hora do Oscar se reinventar, abrindo mão dos velhos truques e investindo, talvez, em efeitos especiais e em um humor menos empoeirado. Que, este ano, talvez possa ser resumido no jet ski oferecido como prêmio para o ganhador que fizesse o discurso mais curto, usando a maravilhosa Helen Mirren como garota propaganda ao estilo TV dos anos 50. Vergonha alheia completa. Desperdiçaram a comemoração do número redondo, 90 anos.

Mas vamos aos ecos. Já no dia seguinte à festa, a tradição se manteve, com as reclamações sobre quem ficou de fora da homenagem aos mortos, o In Memoriam – que pelo menos desta vez caprichou na trilha, com o arroz de festa do bem Eddie Vedder reverenciando um morto do ano passado, Tom Petty, com a música Room at the Top, em interpretação super contida. Nada mais adequado.

A falta mais lamentada foi a do batman Adam West. Mesmo que se argumente que ele foi muito mais um astro de TV do que de cinema, não foram poucos os filmes dos quais ele participou, atuando ou dublando. Merecia ter sido lembrado. Mas… em um ano que até uma ganhadora de Oscar, Dorothy Malone (melhor atriz coadjuvante por Palavras ao Vento, em 1957) ficou de fora, talvez seja querer muito que ídolos conhecidos, como West, David Cassidy ou o diretor do Massacre da Serra Elétrica e de Poltergeist, dois clássicos do cinema, Tobe Hooper tivessem seu lugar entre os homenageados. Triste.

No mundo dos vivos, a polêmica não poderia ficar de fora. Houve muita crítica ao prêmio recebido por Gary Oldman. Não por falta de merecimento, mas porque ele também não escapou de ser acusado de agressão doméstica contra sua ex-esposa, Donya Fiorentino. As acusações não são novas, foram feitas em 2001, mas não tinha como não voltarem à mídia agora, nesta onda necessária de rejeição ao assédio e violência.

Em uma espécie de Efeito Woody Allen, Gulliver, filho de Oldman, veio a público defender o pai: “no caso do meu pai, só existe inocência. Nunca houve nenhuma culpa. A realidade está sendo deturpada através de meias verdades publicadas anos atrás. Infelizmente, tudo está sendo retomado por causa de uma entrevista recente de minha mãe a um repórter do Daily Mail, apesar de isso tudo ter sido descartado como falso anos atrás. (…) A custódia de crianças não é dada para um agressor de esposa. ” Gulliver, atualmente com 20 anos de idade, não tem contato com a mãe desde os 13.

Disso tudo, talvez o que realmente importe são os filmes deste ano que estão tendo continuações anunciadas. Para o bem ou para o mal. Me Chame Pelo Seu Nome já teve um segundo filme confirmado. Corra! pode ir pelo mesmo caminho. Como sempre… isso dá um certo medinho…

 

Melhores Melhores Filmes

O site Rotten Tomatoes, referência em termos de rankings cinematográficos, tem uma listagem de títulos que ganharam o prêmio de Melhor Filme no Oscar, organizados do pior (ou seja, com o pior score) ao melhor. São 90 filmes, de todos os tempos. O resultado é curioso, já que reflete critérios pontuais.

Em que mundo lógico Moonlight, o vencedor do ano passado, estaria em segundo lugar na lista, enquanto Casablanca está em quinto e Forrest Gump está no 85º lugar? Argo ocupa o oitavo lugar. E O Vento Levou e Birdman estão praticamente empatados, em 19º e 17º, respectivamente.

Se você quer se espantar (e se divertir um pouco) acesse o site. Aproveite para fazer a sua lista de 10 mais… e mande para cá. Ok?