Chegando à metade final de seu segundo mandato, o prefeito de Botuverá, José Luiz Colombi, o Nene (MDB), acredita que 2019 será um ano de realizações no município de pouco mais de cinco mil habitantes.

Uma das primeiras ações neste novo ano, de acordo com o prefeito, será a cobrança forte na busca de recursos para o início da tão aguardada barragem de Botuverá.

Em 2018 os recursos foram aplicados pelo governo do estado em outras obras na região e, agora que o empreendimento conseguiu as licenças ambientais que tanto dificultaram o processo, está sem recursos para o seu início.

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Neste ano, o prefeito também pretende buscar recursos para o início do tratamento de esgoto em Botuverá, já que, após cinco anos, o projeto foi entregue pelo governo federal.

Nene também projeta uma parceria maior entre a prefeitura e a iniciativa privada no município, principalmente com o objetivo de fomentar o turismo.

Principais ações em 2018
O prefeito diz que 2018 foi um ano difícil, mas foi possível alcançar os objetivos. Entre as principais ações, ele destaca as realizadas na área de educação, com a inauguração da escola no bairro Pedras Grandes, em que foi investidos em torno de R$ 1,3 milhão, e também a primeira creche do município, no valor de R$ 1 milhão.

“Adquirimos também mais um terreno para a construção do pré-escolar perto da creche. Nosso planejamento é reunir as crianças de 0 a 5 anos em um local só. Nos próximos 15, 20 anos, não será preciso investir na estrutura da educação”, diz.

O prefeito diz ainda que a frota de ônibus foi renovada e que a partir deste mês de janeiro, três novos veículos vão começar a rodar no município. “A educação foi bem servida em 2018 e para 2019 está no planejamento a reforma da escola de Ribeirão do Ouro, que já conseguimos recursos.”

Na Saúde, o prefeito ressalta a abertura do posto de saúde completo na localidade de Ribeirão do Ouro. Também foi renovada quase 100% da frota do setor, que terá em 2019 quatro carros pequenos, duas masters e três ambulâncias novas.

O prefeito diz também que em 2018 foram realizadas muitas obras, principalmente com a manutenção das estradas. “Cuidamos bastante das estradas do interior. Também substituímos algumas pontes de madeira por concreto e temos várias obras em fase de projeto. Quase R$ 6 milhões do Avançar Cidades para a pavimentação e também já estamos iniciando o projeto para tirar o trânsito pesado do Centro, que é o nosso contorno viário. Além disso, queremos fazer mais um quilômetro de pavimentação até as cavernas.”

Outro setor que o prefeito destaca é o da Assistência Social. No fim de 2018 foi iniciada a obra do centro de convivência da terceira idade, com piscina térmica e salão de jogos para os idosos. “Eles terão um espaço ideal para se divertirem.”

Implantação da coleta seletiva
O prefeito diz que a questão do lixo foi uma das mudanças mais importantes do município em 2018. “Fazemos parte do consórcio da Agir e vamos instituir várias coisas novas em Botuverá. Já temos comprado o ecoponto que será instalado no Centro para as pessoas fazerem entrega de geladeira, computador, sofás, armários”, diz.

O lixo, que antes era levado até Timbó, a partir deste mês, será buscado pelo consórcio. Além disso, o município vai instituir a coleta seletiva. “Ainda não temos esse serviço porque dependíamos da construção de um galpão de triagem em Timbó. O espaço ficou pronto e agora terá maquinário para fazer a separação. Até março ou abril será implantada, inclusive, com a instalação de lixeiras próprias.”

Terceira faixa na Pedro Merízio
Uma das principais reivindicações do Núcleo de Empresários de Botuverá é a implantação de uma terceira faixa em alguns pontos da rodovia Pedro Merízio, que liga Brusque a Botuverá.

De acordo com Nene, este pedido já foi feito ao Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) e ainda em janeiro deve ser oficializado para o novo governo do estado. “O projeto da terceira faixa é prioridade para nós. Vamos iniciar a solicitação já neste mês de janeiro”, diz.

Além disso, Nene também deve reivindicar a reforma das pontes na rodovia que liga Botuverá a Vidal Ramos. Hoje, a maioria é de madeira e não oferece a segurança necessária para o intenso tráfego de veículos pesados que passa pelo local.

“Essas pontes são do estado. É o Deinfra que tem que fazer, mas quem está fazendo é o município. Assim como a terceira faixa, essas pontes também são prioridades. É uma vergonha ter a rodovia com o tráfego pesado de caminhões com pontes de madeira.”

Tratamento de esgoto
Após cinco anos de espera, a Prefeitura de Botuverá recebeu da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) o projeto para implantação do tratamento de esgoto no município. De acordo com o prefeito, o projeto é completo e, inclusive, já compreende todas as licenças ambientais necessárias para a obra.

“Vamos juntar o esgoto da parte central que será bombeado para um local onde será construída uma estação de tratamento. A responsabilidade de tocar essa estação seria da Casan, por isso vamos conversar com os vereadores e com a população para ver com quem vai ficar a questão da água, se a Casan continua ou a prefeitura assume.”

O prefeito, entretanto, diz que o projeto contempla apenas a parte central da cidade, que conta com cerca de dois mil habitantes. Os outros três mil habitantes devem ser atendidos com pequenas estações que poderão ser feitas por gravidade. “Vamos cobrar as fossas sépticas, sumidoro e depois partir para as pequenas estações de tratamento.”

Para que o projeto do esgoto saia do papel, entretanto, é preciso conseguir recursos. “São R$ 6 milhões para iniciarmos a obra, depois ainda ela terá continuidade. Será uma obra a médio prazo.”

Parceria com iniciativa privada
Nene destaca que Botuverá precisa avançar no turismo e ir além do potencial das cavernas.

Para isso, está trabalhando para buscar parcerias com a iniciativa privada. “O poder público não consegue fazer turismo porque tem limitações. Em 2019 vamos trabalhar muito com as parcerias, inclusive, estamos pensando em terceirizar as cavernas e entregar para a iniciativa privada. Acredito que a terceirização é viável, e vamos estudar qual a melhor forma de fazer. Uma boa concessão é a saída”, diz.

O prefeito também ressalta o projeto de construção de um hotel em parceria com a iniciativa privada, próximo às cavernas, no Ribeirão do Ouro. “Estamos desapropriando uma área de 50 hectares para depois ceder para a iniciativa privada construir um hotel, a prefeitura também dará incentivos como terraplanagem.”

Nene diz que a ideia é trabalhar outros pontos turísticos existentes no município como cachoeiras e parques. “Nesses seis anos não consegui trabalhar o turismo como eu queria, porque não tem o investimento necessário. Não adianta termos as cavernas, que atraem muitos turistas, mas aí o turista vem a Botuverá e não tem posto de gasolina aberto, não tem padaria, não tem farmácia. Hoje não temos infraestrutura para que o turista fique. Vamos ter que repensar isso.”

Segundo ele, o turismo será trabalhado em parceria com o Núcleo de Empresários de Botuverá. O prefeito diz ainda que é preciso pensar o turismo regional.

Arrecadação e folha de pagamento
A previsão de arrecadação para este ano é de um aumento de 5%, segundo Nene. De acordo com ele, o diferencial deste ano será a expansão do perímetro urbano do município. “Teremos de 1 a 1,3 mil cadastros novos de IPTU e isso já vai ajudar muito. Essa ação de expandir o perímetro urbano também abriu portas para trazer recursos federais, escola, ponte, pavimentação para essas áreas que antes eu não conseguia”.

Já a folha de pagamento deve continuar no mesmo patamar de 2018. “Nossa folha esteve sempre dentro do limite, quase estourando. Existe a conversa que está inchada, mas na realidade hoje eu, como prefeito, precisaria de mais pessoas. A população cobra, quer serviço, mas se tem saúde precisa de médico, se tem médico, precisa de enfermeiro, se tem enfermeiro, precisa do técnico. Na secretaria de Obras precisa de máquina, de operador, é difícil”, diz.

“No meu mandato instituímos 20 novos serviços que não existiam. Posto de saúde, creche, abatedouro, e quando se coloca um serviço novo precisa de mão de obra e a mão de obra onera a folha”, completa.

Governo Moisés
Nene diz que acredita muito na gestão de Carlos Moisés no governo do estado. Em sua visão, ele tem a oportunidade que os outros não tiveram: a renovação.

“Esperamos que ele realmente tenha êxito. Que as pessoas que ele colocou lá tenham uma visão de desenvolvimento, não de retrair. Hoje o que o poder público precisa é caminhar, se desenvolver, tirar a burocracia do papel. O Moisés tem grande oportunidade de mostrar para a população que é possível fazer a diferença.”

Governo Bolsonaro
O prefeito de Botuverá também tem grande expectativa para o governo de Jair Bolsonaro. “Esperamos que ele cumpra o que falou. Ele tem pensamento próprio, não mente, fala a verdade mesmo que alguém não goste. Acho que é por aí, pelos nomes que estão compondo o governo, acho que não vai ter erro.”

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Barragem
Pelo prazo inicial, em 2019 a barragem de Botuverá deveria estar entregue ou em fase final de execução. Entretanto, a realidade é outra. Quase seis anos após a assinatura da ordem de serviço, a obra ainda não saiu do papel. Entraves com o licenciamento ambiental foram o principal motivo de atraso. Quando finalmente as licenças saíram, o governo do estado já havia usado o recurso em outras obras.

O prefeito diz que a cobrança por recursos para iniciar a obra será uma das prioridades neste ano. “Me decepcionei muito com o governo Colombo. Trabalhamos muito para essa obra sair do papel, buscando o licenciamento ambiental e quando saiu, o governo já tinha colocado o recurso em outra obra. Já começamos a cobrança. O diferencial deste governo é que o governador é bombeiro e pode enxergar essa barragem de outra forma. Acredito que terá avanço.”

Nene diz ainda que a cobrança será em parceria com as entidades e prefeituras da região.