O centenário de nascimento do padre Raulino Reitz é comemorado em toda a Santa Catarina, já que ele foi um dos fundadores da Instituto do Meio Ambiente (IMA), a antiga Fatma.

Em Brusque, sua memória é ainda mais viva, pois foi onde ele trabalhou no Seminário de Azambuja e atuou no combate à epidemia de malária nos anos 1940 e 1950.

Em solo brusquense, a celebração do centenário deve-se, em grande parte, ao esforço de Aloisius Carlos Lauth. Escritor, ele se inscreveu e ganhou recurso por meio do Fundo Municipal de Apoio à Cultura para dois livros.

Lauth também chamou a atenção do poder público municipal para a necessidade de celebrar a vida do botânico que é referência nacional.

No dia 5 de dezembro, será inaugurada no parque Zoobotânico uma estátua em homenagem ao padre e botânico. O artista Karl Teichmann, de Guabiruba, foi o responsável pelo trabalho. A prefeitura custeou a obra.

A colocação da estátua é uma forma de resgatar a memória do padre e corrigir um erro histórico. Pois o nome oficial do local é “Parque Ecológico Zoo-Botânico Padre Raulino Reitz”, apesar de essa informação ter sido esquecida e omitida.

À direita, placa no parque registra o nome do padre | Foto: Acervo Aloisius Carlos Lauth

Lei municipal

O Zoobotânico foi criado pelo prefeito Ciro Roza em 1989, oficialmente. Mas em 1991 ele foi nomeado em homenagem ao padre Raulino Reitz.

Ivan Walendowsky era o vereador líder do governo na época e foi quem propôs a legislação municipal que eternizou o padre e botânico. Hoje fora da política, ele conta que na época acompanha a vida de Reitz.

“Era uma pessoa ilustre e fomos acompanhando os seus passos. Foi um botânico com um trabalho muito bem feito”, comenta. Depois que Raulino Reitz morreu subitamente em um evento em Itajaí, no dia 19 de novembro de 1990, o então líder do governo apresentou a lei para lembrar a história dele.

Uma placa no Zoobotânico, ainda hoje existente, registra o título original do parque. Entretanto, na reforma inaugurada em 2016 o nome de Raulino Reitz foi suprimido.

O material de divulgação também foi todo confeccionado sem a nomenclatura oficial. O motivo para essa mudança não é conhecido, mas Walendowsky lamenta que o nome do padre tenha sido esquecido, mesmo com uma lei municipal.

Para Lauth, a homenagem é importante para reafirmar a verdade histórica e se torna ainda mais especial no ano do centenário de nascimento do padre que ajudou a erradicar a malária na cidade.

Um motivo que pode explicar a “confusão” com o nome é que a mantenedora do parque é a Fundação Ecológica Zoo-Botânico de Brusque. Ou seja, a instituição que administra o local tem um nome diferente, sem a menção ao homenageado.

Livros

Uma das obras, “Flagelo da malária em Brusque”, foi lançada nesta quarta-feira, 20. O outro, “Bromeliário selva de pedra”, será lançado na sessão da Câmara de Brusque do dia 3 de dezembro, com a presença do autor Aloisius Carlos Lauth.

Neste segundo livro, Lauth trata da administração de Reitz no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, entre os anos de 1971 e 1975. Nessa época, o padre se aproximou do presidente e general Ernesto Geisel, apesar de nunca terem sido amigos.