Estudantes dos Anos Finais de Brusque não atingem meta do Ideb pela segunda vez consecutiva

Por outro lado, as séries iniciais alcançaram meta projetada; rede municipal justifica desempenho pela rotatividade dos professores

Estudantes dos Anos Finais de Brusque não atingem meta do Ideb pela segunda vez consecutiva

Por outro lado, as séries iniciais alcançaram meta projetada; rede municipal justifica desempenho pela rotatividade dos professores

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2015, divulgado na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC), traz dados preocupantes para a educação pública de Brusque. Nos anos finais (6º ao 9º ano), o município não atingiu a meta estipulada pela segunda vez consecutiva. No índice de 2015, pontuou 4.8, enquanto a meta era de 5.3. Em 2013, a meta era 4.9, entretanto, as escolas atingiram apenas 4.3. O indicador relaciona o desempenho dos estudantes em avaliações de larga escala, obtidas pela Prova Brasil/Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com dados do fluxo escolar, via Censo Escolar do Ensino Básico.

As instituições com menor desempenho foram a Escola de Ensino Fundamental Alberto Pretti, do bairro Limeira, e a Escola de Ensino Básico Osvaldo Reis, do Santa Rita: 3.8 nos Anos Finais.

A secretária de Educação de Brusque, Gleusa Fischer, diz que comparando os índices do município com os do país e do estado, a cidade está avançando. No entanto, ela acredita que o desempenho pode melhorar.

A gestora explica que embora a rede municipal tenha realizado investimentos e melhorias na formação continuada dos profissionais de educação, a alta rotatividade dos professores em sala de aula e também de alunos podem justificar o desempenho das séries finais.

“Verificamos a falta de profissionais, a troca de profissão dos professores. Não conseguimos mantê-los. Percebemos que passam, no mínimo, dois professores por cada turma no ano”.

Anos iniciais na meta

Melhor desempenho tiveram os anos iniciais (1º ao 5º ano), que chegaram à meta estipulada, assim como nos anos anteriores. De acordo com o MEC, a pontuação foi de 6.1 em 2015, enquanto a projeção era a mesma: 6.1. Em 2013 o objetivo era alcançar o índice 5.8, e a educação pública de Brusque obteve nota 6.0. Semelhante foi a situação em 2011 – a meta era 5.6 e o índice conquistado foi de 6.0.

Os maiores índices foram registrados na Escola de Educação Básica João XXIII, no Águas Claras, e na Escola de Educação Fundamental Professora Isaura Gouvêa Gevaerd, no Thomaz Coelho. Ambas atingiram 6.9 nas séries iniciais. Nos anos finais a João XXIII obteve 5.3 e a Isaura Gouvêa Gevaerd 5.7.

A assessora de direção da João XXIII, Elenice Knihs, diz que o bom desempenho se justifica pelo trabalho pedagógico realizado frequentemente na instituição. Ela destaca a capacitação dos professores e as atividades voltadas à inclusão. “Estamos sempre buscando essa superação, não esperávamos este resultado, mas ficamos muito felizes”.

Elenice aponta ainda que quando os professores são bem preparados conseguem despertar o interesse dos estudantes, pois os incentivam a buscar e aprender cada vez mais.
IDEB 01

Guabiruba

Em Guabiruba, a meta nos anos iniciais referente ao Ideb 2015 foi superada na educação pública. O índice foi de 6.4, sendo que a meta projetada era de 6.3. No entanto, assim como Brusque, os anos finais não atingiram a meta pelo segundo ano consecutivo: o índice obtido em 2015 foi de 5.2 enquanto a meta era de 5.3. Já em 2013 alcançou-se 4.2, enquanto a meta era de 4.9.

Na cidade, a Escola Reunida Municipal Vadislau Schmitt teve a melhor nota. Aliás, a instituição foi a melhor posicionada entre as três cidades da região (Brusque, Botuverá e Guabiruba). A instituição de ensino obteve o índice de 7.4 nos anos iniciais. A meta projetada era de 6.5. A Escola Básica Municipal Professor Carlos Maffezzolli teve o pior desempenho na cidade: 4.7 nos anos finais.

A diretora Tânia Maria Schaefer afirma que a nota conquistada é o resultado do compromisso dos professores. Ela conta que os alunos são cobrados a estudar e a realizar não somente as atividades da sala de aula, mas as extra -classe. “Confiamos no trabalho que fazemos e cobramos muito dos nossos estudantes, pois eles têm que praticar em casa o que aprendem na escola”.

Tânia diz ainda que os alunos são dedicados e que contam com o apoio dos pais, que estimulam os filhos a buscar conhecimento.

Botuverá

Diferentemente das outras cidades da região, Botuverá obteve melhor desempenho nos anos finais e pior nos anos iniciais. O índice na educação pública (municipal e estadual) foi de 6.2 nas séries iniciais, sendo que a meta era de 6.3. Nos anos finais enquanto se esperava 4.6, Botuverá obteve 4.8.

O melhor desempenho foi da Escola Municipal Maria Luiza da Silva Dias, que obteve 6.1 nas séries iniciais. A Escola de Educação Básica Padre João Stolte ficou com a pior nota: 4.8 nos anos finais.

Santa Catarina bem avaliada

O estado catarinense foi o mais bem avaliado pelo Ideb nos anos finais do ensino fundamental. O estado tirou 5.1. Nos anos iniciais ficou com média de 6.3 – o segundo melhor índice. O primeiro colocado é São Paulo com 6.4. (ver no detalhe). A meta do Ideb dos anos iniciais do Ensino Fundamental também foi alcançada por 74,7% das redes municipais do Brasil. Já as metas não foram cumpridas nos anos finais, apesar do índice ter evoluído. No Ensino Médio, a meta não foi alcançada e o índice permanece estagnado desde 2011.

O índice nos anos iniciais do Ensino Fundamental vem evoluindo progressivamente e passou de 3.8 em 2005 para 5.5 em 2015. Os anos finais do Ensino Fundamental também melhoraram no índice, passando de 4.2 em 2013 para 4.5 em 2015, embora não tenham alcançado a meta para este ano, de 4.7. O Ideb do Ensino Médio não alcançou a meta e mantém o índice de 2011. O objetivo era que chegasse a 4.3, mas o Ideb continua na casa dos 3.7.

Ideb

O Ideb é um indicador de desempenho da educação brasileira divulgado a cada dois anos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC). O Ideb relaciona duas dimensões: o desempenho dos estudantes em avaliações de larga escala e a taxa de aprovação. O desempenho é calculado a partir da Prova Brasil/Saeb, quando os estudantes do 5º e do 9º ano do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio são avaliados em Leitura e Matemática. Os dados de aprovação são verificados a partir do Censo Escolar da educação Básica, realizado anualmente.

O Ideb é calculado para escolas e para sistemas de ensino que monitoram o seu desempenho em relação a metas individuais pactuadas com o governo federal. O índice varia de 0 a 10: quanto maior for o desempenho dos alunos e o número de alunos promovidos, maior será o Ideb.

IDEB 02

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