A evolução territorial de Brusque e os desmembramentos – Parte III
A evolução territorial de Brusque e os desmembramentos – Parte III
- Por Rosemari Glatz
- 07/12/2018
- 4:50
Os municípios de Botuverá Guabiruba, Nova Trento, Presidente Nereu e Vidal Ramos tiveram origem do território de Brusque. Encravado entre a Serra do Itajaí e do Tijucas, Vidal Ramos localiza-se na parte alta da Bacia do rio Itajaí-Mirim, interligando-se por vias de acesso a Ituporanga, Presidente Nereu, Brusque e Leoberto Leal.
Mapeamento e medição das terras
Por volta de 1910, fixaram-se na região de Vidal Ramos os primeiros colonizadores oriundos, principalmente, do Vale do Rio Capivari. Bem-sucedida a fixação inicial do núcleo, a eles vieram juntar-se famílias originárias de outras regiões do Estado. Entre os primeiros que enfrentaram os desafios de desbravar as florestas e conquistar novas terras, estavam as famílias Weber, Petry, Boing e Stoltenberg.
Mas a história oficial inicia em 1916, quando João F. da Rosa, chefiando um grupo de caçadores, saiu de Bom Retiro em direção aos sertões de Vidal Ramos. Em 1917, chegou outro grupo de caçadores, desta vez originários de Ribeirão do Ouro (Botuverá). Ainda em 1917, chegou Walter Rhode, de Bom Retiro, comandando um grupo de homens. Foi ele quem procedeu ao mapeamento e medição das terras que formam a parte mais alta da cabeceira do rio Itajaí-Mirim, cujas terras, à época, pertenciam ao Dr. Possidônio, ao comendador Guimarães e a Dª Corália Luz.
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As primeiras famílias
Em 1919 foi criado, por lei estadual, o Distrito de Adolfo Konder na mesma área em que mais tarde seria criado o município de Vidal Ramos, cujo território pertencia a Brusque. No mesmo ano, o padre Augusto Schwierling, acompanhado de Nicolau Petry e Henrique Blomer, saíram de Capivari, sul de Santa Catarina, passando pelas vilas de Angelina, Garcia e Boiteuxburgo e atravessando o rio Alferes à procura da parte mais alta da cabeceira do rio Itajaí-Mirim. O primeiro colono fixou morada no lugar denominado “Molungú”, e o segundo na confluência dos rios Itajaí-Mirim e Santa Cruz. Nesta época foi dado o nome de Alto Itajaí-Mirim ou Rio da Brusque a essa localidade, e ali hoje está situada a sede de Vidal Ramos.
Nos anos seguintes, outras famílias chegaram à região. A de Pedro Weber se estabeleceu na confluência do rio Santa Luiza com o Itajaí-Mirim, e as famílias Boing e Vanderlinde, provindas de Capivari, se fixaram nas proximidades.
Com o fim de colonizar a região, em 1923 o Dr. Constâncio Krümmel adquiriu imensa gleba de terras no local em que está hoje instalado o município, e denominou a sede da fazenda como “Boa Esperança”.
A história registra o nome do imigrante alemão Rodolpho Pink como sendo o primeiro professor local, enquanto que a assistência religiosa à comunidade era feita pelo Pe. Augusto Schwirlling.
As várias denominações
Inicialmente conhecido sob o nome de Santa Luiza, foi com essa mesma denominação que, pela Lei Municipal nº. 4, de 15/07/1928, Vidal Ramos foi elevada à categoria de distrito do município de Brusque.
Logo em seguida, pela Lei Municipal nº. 8, de 21/11/1928, o distrito foi denominado como Adolfo Konder.
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Somente após a Revolução de 1930, por força do Decreto Estadual nº. 16, de 29/11/1930, é que o distrito passou a chamar-se Vidal Ramos, cujo nome perdura até os tempos atuais.
A criação do Município se deu pela Lei Estadual nº 272, de 03/12/1956. O novo município era constituído pelo próprio distrito e abrangia o distrito de Itaquá (hoje incorporado a Presidente Nereu) e parte do distrito de Botuverá.
A instalação oficial é datada de 17/02/1957, e o ato de instalação contou com a presença de Jorge Lacerda, governador do Estado. Por nomeação, Jorge Paulo Krieger assumia as funções de primeiro chefe do Poder Executivo de Vidal Ramos.
Continua na próxima semana