A evolução territorial de Brusque e os desmembramentos – Parte IV
A evolução territorial de Brusque e os desmembramentos – Parte IV
- Por Rosemari Glatz
- 14/12/2018
- 4:50
O município de Botuverá, a exemplo dos municípios de Guabiruba, Nova Trento, Presidente Nereu e Vidal Ramos, teve origem do território de Brusque e guarda relação com o continente Europeu.
As guerras, as crises sociais e econômicas, a miséria, o desemprego e a propaganda enganosa das agências de imigração motivaram muitos italianos, principalmente da região norte, a deixar sua pátria e partir em busca de novas esperanças em terras longínquas.
A viagem, dura e demorada, era feita por pequenos navios a vela ou vapor, sem conforto, sem segurança e chegava a levar meses. Doenças aconteciam e se a morte “batesse à porta” o mar se tornava o túmulo. Durante a longa viagem, amizades se estabeleciam, amores aconteciam e a cantoria era comum como tributo à pátria que deixavam para trás.
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Chegando ao Brasil
Após o desembarque, os imigrantes se dirigiam às colônias de destino. Em Brusque eram alojados em Barracões de Imigrantes na localidade conhecida como Águas Claras.
Depois de autorizados, os pioneiros subiam o rio Itajaí-Mirim com canoas e balsas improvisadas, se fixaram nas terras que denominaram “Porto Franco” e logo deram início ao desbravamento das matas, construíram seus novos lares e deram início nos trabalhos da agricultura, que se tornou o marco econômico da população botuveraense.
Porto Franco
Com a chegada das primeiras famílias, em 1876, fundou-se o povoado, denominado pelos próprios imigrantes de “Porto Franco”. O território pertencia à antiga Colônia Itajahy-Brusque e Príncipe Dom Pedro. Para Botuverá emigraram principalmente lombardos de Bergamo, Mântua e Trentinos.
Não há fontes seguras dos nomes dos primeiros imigrantes, mas, de acordo com informações dos mais antigos, descendentes diretos dos imigrantes, foi possível confirmar que entre os pioneiros vieram as famílias Bósio, Bonomini, Pedrini, Molinari, Tirloni, Aloni, Gianesini, Betinelli, Raimondi, Rampelotti, Dognini, Morelli, Tomio, Maestri e Comandolli, num total de 33 famílias. Cada família procurou um local para se estabelecer, delimitou e formou ali sua propriedade. Outras levas de imigrantes vieram. Ocuparam outras localidades como Águas Negras, Ribeirão do Ouro e Lageado.
A evolução administrativa
Em 14/02/1925, o superintendente municipal de Brusque, João Schaefer, sancionou a Lei n. 26 que criou o Distrito de Paz de Porto Franco com limites entre o ribeirão das Águas Negras e a cabeceira do rio Itajaí-Mirim.
Foi primeiro juiz o Sr. João Merico e suplentes os Srs. Francisco A. Werner, José Fachini e Pedro Colzani; escrivão o Sr. Humberto Mazzolli e subdelegado o Sr. Adamo Bonomini. A sede foi elevada à categoria de Vila pela Lei Estadual nº 86 de 31/03/1938. Ainda em 1925, o Distrito de Paz de Porto Franco, recém-instalado, recebeu a 24 de julho, a visita do Cônsul da Itália Cav. Caetano Vechietti.
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Em 1945, Porto Franco foi elevado à categoria de Distrito, e como primeiro Intendente Distrital foi nomeado o Sr. Adão Bonomini, que permaneceu no cargo até 1952. Quem assumiu como novo Intendente foi o Sr. Augusto Ângelo Maestri, que governou a intendência até maio de 1962.
O desmembramento de Brusque
Em 28/04/1962, a Câmara Municipal de Brusque, sob a presidência do Sr. João Batista Martins, sancionou a Resolução de nº 238, criando os municípios de Botuverá e Guabiruba, desmembrados do território de Brusque. Em 07/05/1962, através da Lei nº 821, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina homologou a criação dos municípios.
Em 09/06/1962, foi instalado oficialmente o Município de Botuverá, sendo considerada como data oficial de emancipação política e administrativa. Nesta data assumiu provisoriamente como prefeito o Sr. Zeno Belli, até ser eleito um prefeito efetivo, o que aconteceu em 03/10/1962.
Continua na próxima semana.