Exportações e importações em Brusque registram crescimento em agosto

Cenário do comércio exterior é visto com otimismo pelo empresariado

Exportações e importações em Brusque registram crescimento em agosto

Cenário do comércio exterior é visto com otimismo pelo empresariado

As empresas de Brusque voltaram a exportar mais produtos no mês de agosto após meses com índices menores que os do ano passado devido à pandemia da Covid-19. Em agosto o município exportou US$ 5,68 milhões, valor 7,7% maior que o mesmo mês em 2019, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Devido à crise econômica, as exportações e importações diminuíram no município neste ano, principalmente após março. De janeiro até agosto, a cidade exportou US$ 29,66 milhões. No mesmo período no ano passado, esse valor era de US$ 37,16 milhões.

Os principais compradores do município são os Estados Unidos, a Argentina e o México. Os principais produtos exportados são do setor metalmecânico, têxtil e madeireiro. Analisando mês a mês, agosto teve o melhor desempenho do ano.

Gabriel Dantas, coordenador do núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), diz que o dólar mais alto torna o Brasil mais competitivo e muitos países têm procurado as empresas daqui para comprar tanto produtos como matéria-prima.

Ele avalia que se o consumo continuar normalizando, a tendência é melhorar cada vez mais. “Se frear vai ficar numa gangorra de muita e pouca demanda”. Outro ponto que contribui é o otimismo das empresas. “Isso é um fator que contribui muito para que as coisas voltem ao normal”.

Amanda Coldebella, que trabalha no setor de Comércio Exterior da RVB Malhas, conta que no início da pandemia houve uma redução na entrada de novos pedidos entre abril e junho.

A empresa exporta malha, principalmente para os países da América do Sul, Central e Norte. Os principais compradores são a Argentina, Paraguai, Uruguai e Estados Unidos.

Entre os desafios encontrados neste período, Amanda cita fronteiras fechadas e a demora no deferimento de licenças. “Essas licenças estão demorando mais que o dobro do tempo normal para receber o deferimento, o que faz com que muitas vezes o pedido fique parado na RVB esperando”.

Apesar das dificuldades, a expectativa é boa. “Tivemos sim uma melhora significativa. O mercado começou a dar sinais de aquecimento em julho e em agosto batemos o recorde histórico em faturamento de exportações dentro de um único mês”, conta Amanda.

Analisando os meses até o fim do ano, a empresa tem a carteira de pedidos praticamente fechada. “Sinaliza que serão meses excelentes e tão prósperos quanto o mês de agosto”, conclui.

Aumento nas importações traz desafios de logística

Neste ano, de janeiro até agosto foram importados US$ 142,94 milhões em Brusque. Os principais países importadores do município são a China, a Índia e a Argentina. Os principais produtos importados são matérias têxteis, como fios, máquinas e aparelhos elétricos e produtos de origem animal, como leite, nata, queijos e peixe.

Analisando mês a mês, o valor das importações caiu a partir de abril, ficando na casa dos US$ 15 milhões. O número aumentou em agosto, com US$ 17,03 milhões.

O aumento nas importações significam que o mercado está aquecido mas também traz desafios de logística. Dantas explica que a alta demanda faz com que falte vaga nos navios. Para o problema, não há alternativa. Ele conta que há empresas que pagam frete mais caro para ter prioridade no embarque.

A analista de Comércio Exterior da Embrast, Bárbara Macedo, conta que a empresa teve que deixar de importar produtos no início da pandemia e está sofrendo com os impactos agora porque o estoque acabou.

Apesar de o cenário ter mudado em agosto, principalmente pela melhora na economia dos países asiáticos, principais importadores da empresa, Bárbara diz que há um atraso na vinda dos produtos por problemas de logística. Como há uma alta demanda, devido aos meses parados por causa da pandemia, falta espaço nos navios e faltam contêineres.

Amanda, da RVB Malhas, relata que a empresa importa fios da Ásia, tendo a China e a Índia como os principais fornecedores.

“Estamos com dificuldade de encontrar espaços em navios, assim como contêineres vazios. Os fretes também subiram cerca de 200% ou mais no último mês”. Ela explica que a alta demanda de matéria-prima, geralmente proveniente de países da Ásia, impacta em custo e prazo de entrega.

Diante do problema, a empresa precisa ajustar a produção de acordo com a matéria-prima disponível e trabalhar com prazos de entrega diferenciados.

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