Falta de conservadora de corpos gera gastos para IML

Embora não seja atribuição do órgão, funcionários atendem casos de morte natural para o município

Falta de conservadora de corpos gera gastos para IML

Embora não seja atribuição do órgão, funcionários atendem casos de morte natural para o município

A falta de geladeiras conservadoras de corpos no Hospital Azambuja tem, por vezes, atrapalhado o trabalho do Instituto Médico Legal (IML) de Brusque, além de gerar gastos extras para o órgão. Desde 2014, o município conta com o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), porém, o programa não prevê um espaço para recebimento dos cadáveres até a chegada da família que, em alguns casos, mora em outro estado.

Com isso, todos os casos de mortes naturais, após passarem pela investigação do SVO, são encaminhados ao IML. “O hospital solicita um termo de concessão para vaga em uma das nossas gavetas. Com isso, comunicamos também à Delegacia de Polícia Civil que estamos com esse corpo sob nossa responsabilidade”, explica o perito criminal Álvaro Augusto Mesquita Hamel.

Entretanto, Hamel ressalta que essa não deveria ser uma responsabilidade do órgão, pois o IML tem a incumbência de atestar as mortes apenas em casos de violência. “Às vezes, por exemplo, o hospital nos avisa de um caso na sexta-feira, mas até então não tínhamos ninguém. Então, precisamos destinar uma pessoa para ligar a conservadora, e olhar pelo menos duas vezes ao dia”, conta.

O cuidado extra, segundo Hamel, deve ser dado para evitar que ocorra algum problema durante o fim de semana, como falta de energia ou falha técnica na geladeira. “Se acontece alguma coisa, gera um problema que não deveria ser nosso”.

O diretor do Hospital Azambuja, Fabiano Amorim, afirma que o corpo é encaminhado ao IML, pois a finalidade do SVO é apenas investigar as causas do óbito e atestar a morte. Ele acrescenta que o hospital conta com um médico plantonista na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 24 horas por dia, somente para atender a essa demanda. “Quando a pessoa morre em casa, a funerária vai até o local e leva o corpo para o hospital para passar pelo SVO, mas em seguida já é liberado”, diz.

Amorim comenta que um dos motivos pelo hospital não ter uma conservadora para os casos do SVO, é devido aos perigos de infecção hospitalar. “Não podemos ficar com o corpo que não morreu dentro do hospital. Teve morte natural, mas pode ter alguma infecção que não foi identificada”.

Identificação da morte

O SVO é um serviço de avaliação da causa da morte desconhecida ou duvidosa. Ele tem por objetivo fornecer um diagnóstico e informações complementares para o serviço de epidemiologia e políticas de saúde pública.

Em resumo, se houve uma morte cuja causa ainda não foi esclarecida ou se ainda houver dúvidas quanto ao real motivo do óbito, o SVO tem a finalidade de “estudar” o corpo por meio da necrópsia por profissionais qualificados. Além das diversas análises no próprio corpo, são realizados exames laboratoriais (hematológicos, sorológicos e bioquímicos, toxicológicos, imuno-histoquímicos), anátomo e histo patológicos.

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