A fonte de água da Gruta de Azambuja atrai, ainda hoje, milhares de peregrinos ao Santuário. A Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, ou Gruta de Azambuja, como é popularmente conhecida, desperta a fé dos católicos, que percorrem longos trajetos para poderem beber do líquido. Os exames laboratoriais feitos pela Unifebe revelaram que, de fato, a água é potável.

Todos os parâmetros ficaram dentro da normalidade nos testes. O único que ficou levemente acima foi o fosfato, mas isso deve-se, muito provavelmente, ao fato de ser uma fonte natural. O fosfato se desprende com o arraste natural quando o fluxo d’água passa, explica a técnica do Laboratório de Química da Unifebe, Elisabete Debatin.

Foto: Marcos Borges

O padre Iseldo Scherer, pároco do Santuário de Azambuja, explica que a água da gruta é usada por fiéis e pelos próprios padres e estudantes do seminário. Também é utilizada, após ser abençoada por um sacerdote, em batismos e missas.

“A gruta tem sido olhada com muito carinho pelo povo de Brusque e pelos peregrinos em geral”, diz o pároco. Segundo ele, o fluxo de fiéis é maior nos dias festivos e aos domingos.

“Na noite de Quinta para Sexta-Feira Santa, também vem muita gente, já é uma tradição”, afirma o padre. “Alguns podem pensar que é algo mágico, mas não é. Na verdade, é pela fé das pessoas, que acreditam que a água da gruta é abençoada”, completa.

Manutenção
A Gruta de Azambuja passa por testes de potabilidade periodicamente. Segundo o padre Iseldo, neste ano também foi feita a análise laboratorial, que indicou que tudo estava dentro dos parâmetros, assim como apontou o exame laboratorial da Unifebe, neste mês.

“Essa fonte é lacrada há algum tempo. Fazemos testes de vez em quando, neste ano foi feito. Nunca deu problema porque é protegida, não está exposta. Só nós temos acesso”, diz o pároco do Santuário de Azambuja.

Fonte centenária
O padre e escritor Eder Claudio Celva explica que a fonte foi primordial para a construção da primeira capelinha, exatamente onde hoje está a gruta, em 1884.

Os imigrantes italianos eram da região da Lombardia, onde fica o Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio, na Itália. Lá, existe um santuário e uma fonte que jorra até hoje. Devotos de nossa senhora, os recém-chegados não tiveram dúvidas sobre onde construir a igreja quando viram a fonte no Vale de Azambuja.

“A fonte jorrava água potável. Então essa fonte indicou o local exato onde construiriam a primeira capelinha. Posteriormente Azambuja foi toda modificada e o outeiro da igrejinha primitiva foi arrasado, mas a fonte continuou no mesmo lugar”, diz o padre Eder.

Foto: Marcos Borges

A capelinha foi substituída por várias construções, até chegar a 1927. Naquele ano, o seminário havia se instalado em Brusque. O então reitor, padre Jaime de Barros Câmara, decidiu construir a gruta.

“O padre Jaime entendeu que era um local simbólico para Azambuja. Então, ele pensou em fazer a gruta. Assim nasceu a gruta, substituindo a primeira ermida, capelinha, dos imigrantes”, conta o padre Eder.

Embora a padroeira do santuário seja Nossa Senhora do Caravaggio, ou de Azambuja, como é conhecida, a padroeira do seminário é Nossa Senhora de Lourdes, por isso o padre Jaime resolveu colocar na gruta a imagem de Lourdes, que permanece até hoje.

O oratório acima da capelinha era usado, nas décadas passadas, para as missas campais nas festas de agosto e na Festa de Maio, porque o santuário era muito pequeno.