Fiéis se reúnem pela madrugada para produzir os tapetes de Corpus Christi

Alguns grupos iniciaram os trabalhos ainda na noite de quarta-feira, 25, e viraram a noite finalizando a produção para a festa cristã

Fiéis se reúnem pela madrugada para produzir os tapetes de Corpus Christi

Alguns grupos iniciaram os trabalhos ainda na noite de quarta-feira, 25, e viraram a noite finalizando a produção para a festa cristã

O mau tempo da madrugada desta quinta-feira, 26, não tirou o entusiasmo dos grupos e pastorais para a confecção dos tradicionais tapetes da procissão de Corpus Christi em todas as paróquias de Brusque e região. Eram 20h de quarta-feira, 25, quando Renan Maestri, 30 anos, e a equipe da liturgia do bairro Guarani foram para a rua Padre Leon Dehon, no Centro. Com um modelo de desenho em mãos, o grupo começou a dar forma ao Sagrado Coração de Jesus.

Eles passaram toda a madrugada ‘fazendo arte’ com serragem colorida. Por volta das 6h, o cansaço batia, mas o desejo de ver a obra de arte pronta era maior. “É um momento de comunhão com Deus, é uma entrega, um sacrifício, mas que, com certeza, vale a pena, porque por Deus, tudo vale”, afirma. Além do emprenho por horas, o grupo de Maestri vem se preparando há algumas semanas para o momento, com a pintura das serragens e a ampliação do desenho.

Pela primeira vez participando da confecção dos tapetes, Alexia Vogel Huber, 41, o marido e as filhas gêmeas acordaram às 3h30. O serviço de doação à comunidade já é prestado por Alexia há alguns anos e agora, viu a oportunidade de colaborar também na comemoração da festa de Corpus Christi. “É algo muito bom, isso me faz bem e fortalece ainda mais a minha fé, por isso estou cada vez mais buscando esses momentos com Deus. Além disso, consigo estar próxima da família e de amigos”.

As gêmeas Raica e Raiane Huber, 10, não viram problema algum em sair do quentinho da cama para o tempo chuvoso. “É muito legal, um momento inesquecível. Pretendo participar todos os anos a partir de agora”, afirma Raiane. A irmã Raica diz que já acompanha o padre quase todos os sábados na missa, por fazer parte do grupo de coroinhas.

Angela Luz Fischer, 62, participou da confecção dos tapetes por mais um ano. Desta vez, ela esteve acompanhada do neto de apenas 6 anos, Arthur Fischer Suave. Para ela, a maior alegria em sua vida é poder se doar para a igreja e estar no meio da comunidade.

Para a confecção dos tapetes, os grupos utilizaram diversos materiais, desde tampinhas de garrafas, pó de café, sabão em pó, serragens, flores e também retalhos de tecido. Irma Reis, 52, participou junto com seu grupo da igreja Nossa Senhora Aparecida, do bairro Steffen, pelo segundo ano. Ela teve a companhia de sua filha, Mariana Reis, 22.

Segundo Irma, o momento proporciona uma renovação da fé. “É uma experiência gratificante. Aqui todos somos irmãos, reunidos com o mesmo objetivo. Temos grande parceria e uma forte união entre os grupos”, diz.

A ministra da Eucaristia Tânia Regina Rainert, 55, também não pensou duas vezes em colaborar para a festa cristã. O que motiva ela a todos os anos se doar pela igreja é sua fé. “Sinto muito gosto por fazer isso, muito amor. Esse é o momento em que há a unidade da comunidade”.

Participação dos catequizandos
Na paróquia Santa Catarina, no bairro Dom Joaquim, a participação dos catequizandos surpreendeu. Aproximadamente 50 adolescentes do 1º e 2º ano acordaram cedinho para enfeitarem a igreja. Uma das coordenadoras, Priscila Fernanda Flores, 28, explica que devido ao mau tempo, optaram por montar os tapetes da entrada da igreja até o altar. Os altares que receberam a procissão foram montados nas casas de pessoas que se ofereceram.

A confecção dos tapetes, neste ano, foi realizada com cartazes produzidos pelos catequizandos, durante os encontros. “Estamos há um mês trabalhando com eles essa data, explicando o significado do Corpus Christi. A partir disso, cada um sugeriu o desenho que foi feito”.

Para a catequista, o corpo de Cristo é o grande presente que Deus deu para a humanidade. Por isso, sente-se bastante emocionada em poder compartilhar desse momento. “É uma festa muito abençoada para todos os cristãos. E a procissão é realmente para mostrar à comunidade o quanto isso tudo é importante”.

A adolescente Bianca Merisio Padilha, 12, afirma que sentiu no coração a vontade de ajudar. Assim, produziu um dos cartazes que foram expostos na igreja. Para o catequizando Luis Henrique de Pinho, 13, essa é uma oportunidade de poder ajudar a comunidade e a igreja. “Essa é uma maneira também de relembrarmos que Cristo ressuscitou por todos nós e como isso é importante”.

Para as amigas Erica Heloisa Mesadli, 10, Helen Merisio, 11, e Letícia Amorim, 11, é lindo poder olhar para a igreja e ver o resultado dos trabalhos feitos por elas. “A união de cada turma é fundamental para o trabalho sair perfeito”, frisa Erica.

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