Funcionários dos Correios de Brusque aderem à greve nacional

Categoria pede aumento no salário e se manifesta contra cortes de benefícios

Funcionários dos Correios de Brusque aderem à greve nacional

Categoria pede aumento no salário e se manifesta contra cortes de benefícios

Na noite desta terça-feira, 10, o Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina (Sintect) declarou greve por tempo indeterminado. Os funcionários dos Corrreios de Brusque aderiram à greve e se concentraram na manhã desta quarta-feira, 11, no Centro do município.

Foto: Divulgação

O dirigente sindical do Sintect em Brusque, Robson Paladini, disse que a decisão foi tomada em uma assembleia com os representantes de cada região e também em sintonia com os outros sindicatos do país.

A paralisação acontece após a empresa não negociar com os funcionários depois que o vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Renato de Lacerda Paiva, decidiu encerrar a mediação de acordo coletivo entre as partes.

Na greve, os funcionários se manifestam contra cortes de benefícios, como tickets refeição e vale cultura. A categoria também é contra o aumento de 0,8% no salário. O pedido é que o aumento acompanhe a inflação.

Além disso, os carteiros também estão se manifestando contra a privatização da estatal e pedem pela realização de um concurso público para aumento do efetivo.

Segundo Paladini, o próximo passo é aguardar uma posição do TST com relação ao assunto.

Em Brusque, cerca de 20 carteiros aderiram à greve. Cerca de quatro funcionários continuam o serviço para a entrega de encomendas urgentes, explica Paladini.

A reportagem encontrou o grupo na praça Barão de Schneeburg. Os funcionários, que preferiram não se identificar, disseram que decidiram participar da greve por concordarem com as reivindicações da categoria. “A motivação é pela falta de negociação da empresa”, diz um deles.

Foto: Brenda Pereira

Os trabalhadores também são contra a privatização da estatal. Na opinião deles, os Correios têm uma função social que ficará incerta com a privatização.

Os carteiros dizem que a privatização coloca em risco o atendimento a municípios pequenos, como Botuverá, por exemplo, porque uma empresa não vai querer se deslocar até lá com poucas encomendas.

Em carta aberta, o Sintect escreveu que na entrega de encomendas, os Correios tem concorrentes e que além disso, muitas vezes são contratados pelos mesmos para a entrega final do produto.

O que dizem os Correios

Em nota enviada por e-mail ao jornal O Município, os Correios disseram que durante a negociação com a categoria apresentaram a real situação econômica da empresa e um acordo dentro das condições possíveis, “considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões”.

Além disso, escreveu que as propostas apresentadas pelos trabalhadores superam o faturamento anual da empresa.

No momento, os Correios disseram que contam “com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população”.

Também informaram que nenhum serviço dos Correios está suspenso. De acordo com a estatal, levantamento parcial realizado durante a manhã de quarta-feira, mostra que 82% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente. Em Santa Catarina, 79,23% dos empregados estão trabalhando normalmente.

Confira a nota na íntegra:

Comunicado sobre paralisação de empregados

Os Correios participaram de dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, quando foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões. Mas as federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso na empresa.

No momento, o principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população.

Informamos, ainda, que por enquanto não há suspensão de nenhum serviço dos Correios. Quanto às adesões, informaremos os números assim que tivermos relatório interno de frequência finalizado.

*Notícia atualizada às 13h25 de 11/9: inserido o posicionamento dos Correios.

 

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