Gaeco deflagra operação contra maior grupo neonazista do Brasil em Santa Catarina

Além de SC, mandados foram cumpridos em São Paulo, Paraná e Sergipe

Gaeco deflagra operação contra maior grupo neonazista do Brasil em Santa Catarina

Além de SC, mandados foram cumpridos em São Paulo, Paraná e Sergipe

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) cumpriu 21 mandados de busca e apreensão referentes à Operação Nuremberg, que investiga um dos maiores grupos neonazistas em atividade no Brasil. Em Santa Catarina, mandados foram cumpridos em Jaraguá do Sul.

A operação tem por objetivo desmantelar um dos mais organizados e violentos grupos neonazistas. O grupo é investigado por promover discursos de ódio, antissemitismo, apologia ao nazismo e por planejar atos violentos em diferentes regiões do país.

A operação ocorreu por meio do CyberGaeco, em apoio ao Procedimento Investigatório Criminal instaurado pela 40ª Promotoria de Justiça e, posteriormente, encaminhado à 39ª Promotoria de Justiça da Capital.

Além de Santa Catarina, ações foram realizadas simultaneamente em São Paulo, Paraná e Sergipe, com cumprimento das ordens nas cidades de São Paulo/SP, Campinas/SP, Taboão da Serra/SP, Osasco/SP, São José dos Pinhais/PR, Curitiba/PR, Araucária/PR, Cocal do Sul/SC, Jaraguá do Sul/SC e Aracaju/SE.

Durante as buscas foram apreendidos diversos materiais de apologia ao nazismo. Foram apreendidos ainda armas brancas, faca e “soco inglês”.

Perfil dos investigados

De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), as investigações revelaram que entre os integrantes do grupo há pessoas com diferentes formações e ocupações, o que demonstra a capacidade de disseminação da ideologia extremista em diversos segmentos da sociedade.

Verificou-se ainda que parte dos investigados participava ativamente da produção e difusão de conteúdos de ódio em ambientes virtuais, utilizando-se de perfis falsos e fóruns voltados à propagação de ideias supremacistas. A atuação estruturada do grupo evidenciou elevado grau de organização e planejamento das ações.

Estrutura e funcionamento do grupo

Há indícios de que o grupo mantinha encontros presenciais regulares, nos quais eram debatidos temas voltados à disseminação da ideologia neonazista e ao recrutamento de novos membros. Essas reuniões também serviam para o planejamento de ações e, em alguns casos, para a organização de confrontos com grupos ideologicamente opostos.

Os integrantes se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o “Sol Negro”, emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana, tendo ao centro a figura de um fuzil AK-47. O símbolo, segundo a própria interpretação do grupo, representa a supremacia branca e a exaltação da violência, evidenciando a disposição para o uso da força como instrumento de imposição ideológica.

As investigações também identificaram a existência de uma estrutura hierarquizada, com fichas de ingresso, produção de camisetas exclusivas e cobrança de mensalidades obrigatórias aos membros oficialmente “batizados”. As contribuições financeiras eram destinadas ao custeio de despesas internas, à aquisição de materiais de propaganda e à manutenção das atividades do grupo.

Foi ainda constatada a realização de uma cerimônia de “batismo”, ritual de iniciação voltado à admissão de novos integrantes. Essa prática tinha como objetivo fortalecer os laços internos e reafirmar o compromisso com a ideologia extremista. As investigações do Gaeco continuam.

Operação Nuremberg

A operação recebeu o nome “Nuremberg” em alusão aos Julgamentos de Nuremberg, realizados após a Segunda Guerra Mundial, que representaram um marco histórico na responsabilização de indivíduos por crimes de ódio, extremismo e intolerância.

Os materiais apreendidos durante as diligências serão encaminhados à Polícia Científica, que realizará exames e emitirá os laudos periciais. Essas evidências serão analisadas pelo CyberGaeco para dar prosseguimento às diligências investigativas, identificar outros envolvidos e aprofundar a apuração da extensão da rede criminosa.

As investigações tramitam sob sigilo e, assim que houver a publicidade dos autos, novas informações poderão ser divulgadas.

A Operação Nuremberg contou com apoio do Ministério Público de São Paulo, Sergipe (Gaeco/SE), Paraná (Gaeco/PR) e Polícia Civil de São Paulo (PCSP).

Essa parceria ressalta a importância da cooperação entre órgãos e agências, bem como o intercâmbio de informações para o combate ao extremismo e ao crime organizado.


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