Garoto de 13 anos com lisencefalia participa de aulas de capoeira

Nicolas Mistura superou expectativas dos médicos desde o nascimento e desafia os próprios limites ao lado da família

Garoto de 13 anos com lisencefalia participa de aulas de capoeira

Nicolas Mistura superou expectativas dos médicos desde o nascimento e desafia os próprios limites ao lado da família

O garoto Nicolas Maurici Mistura, de 13 anos, participou do evento de batizado nas aulas de capoeira realizadas pela escola Renascer Extracurricular neste sábado, 16, junto com 20 crianças que conquistaram sua primeira corda na modalidade.

Ele marcou presença apesar das dificuldades impostas pela condição com a qual nasceu: a lisencefalia, uma rara má formação neurológica na qual o cérebro não tem sulcos e pregas. Com capacidade motora e fala bastante limitadas, Nicolas está ligado em tudo que o cerca, e consegue se comunicar sem grandes problemas com aqueles que vivem com ele.

A capoeira surgiu na vida de Nicolas de forma espontânea, já que ele participa das diversas atividades promovidas pela escola onde estuda desde 2018. O principal atrativo para o rapaz é a música tocada durante as disputas, mas ele participa de forma efetiva com o auxílio dos mestres e instrutores. Indo ás aulas duas vezes por semana, Nicolas não é um aluno de fato das aulas, mas não deixa de participar.

“O Nicolas mostra que não é diferente de ninguém, apesar de a capoeira ter a parte física, com os movimentos, a capoeira do Nicolas vem de dentro, com a harmonia, a participação, apreciando a musicalidade”, comenta Eliomar das Neves, o Mestre Urso, que ministra as aulas na escola Renascer. Ele está iniciando um projeto social no Centro de Treinamento Barro Negro, na avenida Getúlio Vargas, 197, atendendo crianças com ou sem deficiência e parceria com instituições como Apae, Ama e Escola Charlotte.

A mãe, Helaine, conta que Nicolas foi adotado ainda quando bebê, e não se sabia sobre suas condições. “Fomos descobrindo só depois. A assistente social, na época, deu a opção de devolvermos ele depois de um mês, mas o Nicolas já era nosso filho, não tem como colocar de volta na barriga ou abandonar. Seguimos em frente”, relata.

Nicolas tinha uma expectativa de aproximadamente 60 dias de vida. Houve outras complicações, como o fígado com tamanho três vezes maior em função do citomegalovírus, proveniente de uma gestação extremamente conturbada por parte da mãe biológica. As condições nas quais o garoto nasceu também fizeram com que seu amadurecimento fosse precoce. Apesar dos 13 anos, sua idade fisiológica já chega a 16.

As expectativas dos médicos foram quebradas a cada etapa. Nicolas teve momentos de fala bastante desenvolvida, e hoje consegue fazer uma comunicação com seus pais sem grandes problemas. Mesmo com o lado esquerdo do corpo paralisado, tem a capacidade de mover a cadeira, ainda que não consiga dar direções exatas, mas pode fazer algumas manobras.

 

 

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