Gramado do Augusto Bauer precisará ser substituído, afirma fornecedora
Certificação passou a ser exigida em regulamento de 2025; Soccer Grass afirma que teste precisa ser feito em campo novo, que pode ser igual ao atual
Certificação passou a ser exigida em regulamento de 2025; Soccer Grass afirma que teste precisa ser feito em campo novo, que pode ser igual ao atual
O estádio Augusto Bauer precisará passar por uma troca de seu campo sintético para ser submetido a testes de certificação da FIFA. A fornecedora do campo, Soccer Grass, confirmou a necessidade a Carlos Renaux e Brusque em reunião nesta terça-feira, 17. De acordo com a empresa, o campo só poderá testado para a homologação FIFA Quality Pro se estiver em estado de novo.
Esta certificação é uma exigência da CBF por meio do Regulamento Geral de Competições (RGC), publicado no fim de março. Contudo, estádios com gramado sintético sem a certificação FIFA Quality Pro ainda podem receber jogos se atendidas algumas condições, e a obrigação entrará em vigor de fato em 2026.
A Soccer Grass rechaçou as hipóteses levantadas em abril de que haveria possibilidade de realizar a certificação do campo já instalado em 2024.
“Não tem como homologar, uma vez que já foi instalado e já tem uso o campo. Essa coisa tem todo um processo inicial junto à FIFA para iniciar o primeiro teste para certificação. Então hoje você não consegue fazer isso com campo com dois anos de uso ou três anos de uso. O campo teria que estar em estado de zero quando é feito o primeiro teste”, afirma o presidente da Soccer Grass, Alessandro Oliveira.
“O primeiro teste era para ter sido feito lá atrás. Não foi feito, porque não tinha essa necessidade de ter o campo homologado. E aí passou esse prazo, não tem mais como fazer nesse sistema (gramado mais composto no solo). Teria que começar um sistema do zero.”
Segundo Oliveira, não seria nem mesmo necessário instalar um campo sintético melhor. “A diferença é que o gramado vai ser todo novo. E aí começa aí a certificação de tudo do zero. Não tem diferença. A não ser que eles [clubes] escolham um outro tipo de sistema, aí vai ter diferença, mas se quiser pôr o mesmo, é a mesma coisa”, afirma.
No livro de requisitos para teste do Programa Qualidade da FIFA para Gramado de Futebol (Test Manual II: Test Requirements – FIFA Quality Programme for Football Turf), não está especificado um prazo para a realização do teste de um campo sintético instalado. Contudo, consta que, durante o teste de certificação, o campo precisa estar sob determinadas condições para passar por uma inspeção visual.
Oliveira afirma que deve haver um intervalo de pelo menos 30 dias entre a instalação de um campo novo e a inspeção para a certificação FIFA. Conforme o livro de requisitos para teste, a FIFA revisa o relatório de teste no intervalo em até três meses a partir da data em que o campo for testado.
O presidente do Carlos Renaux, Altair Heck, o Taico, acredita que o composto de suporte pode ser mantido e torce para que a troca seja apenas da grama. “Pedimos para ele [Alessandro Oliveira] fazer um orçamento.”
O Município entrou em contato com a diretoria do Brusque, que afirma estar estudando os detalhes do caso e que, logo após a reunião, a Soccer Grass avaliaria se será necessário trocar todo o campo ou se alguns componentes poderão ser mantidos.
“O Brusque vai entender o que necessita ser feito e condições para tomar decisão. O Brusque está 100% focado para resolver esse problema o quanto antes e não termos problemas para 2026”, respondeu a diretoria quadricolor.
Ter um campo com grama sintética no Augusto Bauer foi algo incluso na permuta em que o Carlos Renaux cedeu parte do terreno do estádio para a construção do prédio comercial BKR Park Mall, em compensação pela reforma do estádio. A instalação do atual gramado do Augusto Bauer custou R$ 2,6 milhões, pagos pelos investidores da reforma. Na época, não havia exigência, por parte da CBF, da certificação FIFA Quality Pro. O Brusque fez cinco partidas no novo campo durante a Série B de 2024.
Contudo, o Regulamento Geral de Competições (RGC) de 2025 da CBF exige, desde sua publicação em março, a certificação FIFA Quality Pro para campos sintéticos.
Na atual temporada, foi aberta uma exceção. Em ofício, a CBF pedia a apresentação de documentação que incluía a comprovação do gramado sintético com critérios de qualidade impostos pela FIFA; a documentação que comprove o início do procedimento para obtenção do certificado Quality Pro; e a vistoria pela federação estadual. Até agora, o Brusque tem jogado normalmente no Augusto Bauer.
O selo FIFA Quality Pro para gramados sintéticos deverá ser também exigido pela Federação Catarinense de Futebol (FCF). O diretor de competições, Carlos Fernando Crispim, confirma que entidade pretende incluir a exigência na próxima edição de seu Regulamento Geral de Competições.
A mudança torna a troca de gramado urgente não apenas para o Brusque, mas para o Carlos Renaux, que em 2025 joga a Série B do Catarinense e vai participar da Copa Santa Catarina.
O gramado sintético começou a ser instalado em março de 2024 e os primeiros treinos de Renaux e Brusque no estádio foram realizados em 16 e 28 de maio, respectivamente. A primeira partida oficial no novo campo foi realizada em 19 de agosto, entre Barra e Criciúma, pelo Catarinense Sub-20.
Hoje o Augusto Bauer recebe jogos e treinos do Brusque e do Carlos Renaux, mas tem uma série de outras atividades. Recebe partidas e treinos de categorias de base do Renaux e competições municipais como os Jogos Comunitários e o Campeonato de Futebol Amador. Além disso, o campo é aberto ao público para aluguéis, com pagamento por hora.
Desde que foi instalado, foi contratado um único procedimento de manutenção. Taico relata que cada manutenção custa R$ 18 mil.
O Brusque aluga o estádio Augusto Bauer com um contrato vigente até 31 de julho de 2027. É obrigação do Carlos Renaux, enquanto locador, providenciar a manutenção do gramado para que esteja em perfeitas condições para suportar os jogos.
O valor mensal do aluguel é, atualmente, R$ 35 mil, com uma taxa de R$ 3,5 mil para custeio de contas como água e luz. A parte locatária é o Brusque FC Ltda, pessoa jurídica criada na transição da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), que ainda não está formalmente constituída. O Brusque Futebol Clube é anuente.
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