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A gratidão e as crianças

Ouvi de uma professora que institui na sala de aula, todas as segundas-feiras a contagem de “Boas Notícias”. Os pequenos pesquisam na memória coisas boas, divertidas, engraçadas que fizeram no final de semana e contam para toda a classe.

Se engana quem acha que são só coisas tidas como grandes, como uma viagem ou passeio. Nas boas notícias surgem a felicidade do abraço da vovó, do sushi com os pais no final de semana, de regar (de mangueira!) as flores de casa.

As pequenas coisas! Ah, essas que nos escapam o tempo inteiro enquanto adultos! Já estamos viciados na hashtag Gratidão, em agradecer trocando o obrigado por ela. Na maior parte das vezes sem o sentido mais profundo que ela tem, quase de um abraço no nosso interior.

Pra mim um café com leite ao acordar, pra você o cachorro correndo para os pés recém-chegados em casa. Ela é relativa. Nunca vai ser da mesma forma para ninguém. Mas o melhor é que ela não gasta, pelo contrário. Quanto mais a percebemos, mais ela aparece, em todos os lugares.

Mesmo para quem acha que a vida não está andando, como se fôssemos um celular sem sinal: se não estou recebendo é porque não estou enviando. Ela mostra que já está tudo aí – precisamos ter o olhar das crianças. Nos dias mais cinzas o cheirinho de café coado vai acalentar o teu interior, encontrar o amigo que não via há tempos na rua, pegar um cinema, uma sequência de semáforos verdes, o elogio de alguém…. as “Boas notícias” repletas de camadas que a gente saboreia por dentro. Isto sim, pra mim, é gratidão!

Quais suas boas notícias de hoje?


Claudia Sandri
– psicóloga