Grupos avisam nas redes sociais sobre locais de blitze

Autoridades não demonstram preocupação com ação de internautas que divulgam locais de fiscalização

Grupos avisam nas redes sociais sobre locais de blitze

Autoridades não demonstram preocupação com ação de internautas que divulgam locais de fiscalização

Nas últimas semanas, circulou no aplicativo WhatsApp a informação de que a Polícia Militar intensificaria a fiscalização no trânsito em todo o estado. O post tinha a intenção de avisar os motoristas, para que não caíssem na chamada “indústria da multa”. O major Otavio Manoel Ferreira, chefe do setor de trânsito da Polícia Militar, diz que esta informação não está correta, pois não virão novos PMs para o batalhão; a última turma chegou em julho. Este episódio é apenas uma demonstração de uma realidade: cada vez mais grupos no Facebook, entre outras mídias, são formados com o objetivo de divulgar os locais de blitze, inclusive em Brusque.

Paulo Sestrem, secretário de trânsito mobilidade e responsável pela Guarda de Trânsito de Brusque (GTB), afirma que a divulgação é benéfica no sentido de que causa uma sensação de segurança na população. “As pessoas já começam a ficar mais atentas aos documentos antes de sair de casa e manter o veículo em ordem”, afirma. Para ele, as postagens somente reforçam a atuação das autoridades de trânsito. Desde 2004, o número de multas emitidas em Brusque cresceu quase 600%. “Via de regra os anúncios são prejudiciais, mas isso nem sempre acontece, acredito que a publicação é mais benéfica do que qualquer outra coisa”, diz o major Otavio Manoel Ferreira.

Planejamento
O planejamento das operações não leva em conta estes avisos nas redes sociais, diz o major. Mensalmente, a PM realiza uma ou duas operações de fiscalização de trânsito. As datas e horários são escolhidos levando em conta grandes eventos, pois é mais provável que haja infratores, afirma o major Otavio. “Um exemplo foi a operação realizada no dia da Freundenfest (30 de agosto). Os policiais ficaram nas duas saídas, então mesmo que alguém avisasse, não teria como escapar”, diz.

A PM trabalha com dois tipos diferente de fiscalização: são feitas operações como a Lei Seca, em que vários órgãos participam, entre eles a GTB, e barreiras móveis. Esta última modalidade dificulta que motoristas avisem uns aos outros sobre os pontos de fiscalização, pois os policiais ficam parados em cada local por uma ou duas horas. Os bairros escolhidos variam levando em conta uma série de fatores, como o contingente populacional daquela localidade.

A projeção da PM para este ano é que serão aplicadas mais de 20 mil multas. De janeiro a agosto, foram emitidas 13.277 autuações. “Em 2004, quando cheguei aqui, a PM tinha 115 policiais para fiscalizar o trânsito. Esse número diminuiu e agora tem entre 110 e 115 fiscalizadores, somando a GTB também. Mesmo com número reduzido, conseguimos aumentar a fiscalização. Não tenho dúvidas que isso contribuiu e muito para a redução nos óbitos em Brusque”, diz. Até o momento, 11 pessoas perderam a vida nas ruas de Brusque.
“Não queremos multar, mas a multa se mostrou eficaz na fiscalização no trânsito”, afirma o secretário Paulo Sestrem. Tanto a PM como a GTB desenvolvem programas educativos sobre o trânsito.

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