Em 1993, Clovis Maffezzolli decidiu abrir uma pequena confecção para vender as peças produzidas no salão de beleza da esposa, Salete. Porém, o negócio que começou bastante modesto, em uma velha casinha de madeira, no bairro Aymoré, em Guabiruba, foi muito além do objetivo inicial e se transformou na Pajé Confecções.

O primeiro cliente da empresa foi do Rio de Janeiro. Ele apareceu no bairro, viu as peças e fez a proposta para o empresário. Foi aí que a pequena confecção apostou nas vendas em maior escala e começou a crescer.

“Este foi o nosso início. Esse cliente começou a puxar nosso atacado. Depois disso, vieram mais clientes. O pessoal vinha muito pra região procurar roupa, o Azambuja era muito conhecido como ponto de comércio, então aproveitamos essa fase”, diz João Paulo Maffezzolli, filho de Clovis e que hoje administra a empresa.

Ele viu a empresa nascer e crescer. Desde a infância, sempre esteve envolvido de alguma forma, ajudando os pais nos intervalos da escola. “Eu tinha 12 anos quando começou e sempre acompanhei porque estava junto com meu pai. Tenho orgulho de ter acompanhado a evolução da empresa nesses 25 anos”.

João lembra que o início não foi nada fácil. A empresa funcionou por muitos anos sem telefone, por exemplo, período que foi muito marcante para o empresário. “Hoje é praticamente impensável uma empresa não ter uma forma de comunicação, mas nós trabalhos três ou quatro anos só pegando recado no centro da cidade”, lembra.

Clovis investiu os poucos recursos que tinha no negócio e contou com a ajuda da economia do país para conquistar o mercado e crescer. “Tivemos uma ajuda da economia na época com o início do plano real, que foi bem no momento que estávamos expandindo, então deu uma abertura boa no mercado, principalmente no mercado têxtil”.

Com quatro anos no mercado, a Pajé Confecções já viu sua estrutura aumentar. Nesses 25 anos, a evolução foi bastante significativa e o que começou em uma pequena casa de madeira, hoje se transformou em um galpão com 1.400 m², com um amplo estacionamento.

Empresa familiar
Nos primeiros anos, praticamente toda a produção da Pajé Confecções era terceirizada, já que não havia estrutura para abrigar todos os processos. “Comprávamos a malha pronta e praticamente só tinha a estamparia interna e a venda”, lembra João Paulo.

Com o passar dos anos e a ampliação do espaço físico, atualmente, quase tudo é feito dentro da empresa. “Agora já temos todos os processos internos. Compramos o fio, terceirizamos a parte da tecelagem, que é a transformação do fio para malha em rolo e depois disso, praticamente tudo é interno”.

Hoje, a empresa conta com 19 colaboradores diretos e outros tantos indiretos, mas nos primeiros anos, Clovis atuava praticamente sozinho, com a ajuda da esposa nas horas livres do salão de beleza.

“Depois, quando a empresa começou a crescer, minha mãe deixou o salão e veio trabalhar diretamente na empresa. Somos uma empresa familiar. Além do meu pai, que ainda trabalha, temos minha mãe e meu irmão Jader aqui na empresa. Cada um tem a sua função”.

Pronta-entrega é diferencial
A Pajé Confecções atua no segmento adulto, masculino e feminino, e vem apostando forte na linha plus size, que hoje é um diferencial. “Estamos forte no segmento plus size, que é o que está em evidência e caracteriza muito a nossa marca”.

Hoje, a empresa produz uma média de 30 mil peças por mês, número este que varia bastante, dependendo do ritmo do mercado. A confecção guabirubense vende suas peças para lojistas e atacadistas de todo o país. São 21 representantes da marca atuando em várias regiões, principalmente no Sul e no Sudeste.

Com o passar dos anos, a empresa precisou se reinventar e mudar a forma de trabalho. Como a moda está cada vez mais imediatista, é preciso estar antenado em todas as tendências para atender os clientes da melhor forma. Além disso, a concorrência estrangeira é algo que precisa ser driblada diariamente.

“Hoje tem muita concorrência, muita oferta de produtos semelhantes ao nosso, fabricados na Ásia e também no mercado informal, que acabam tirando nossa fatia do mercado, por isso, temos que apresentar um produto com excelência e de forma ágil”.

A agilidade, inclusive, se tornou uma das marcas da empresa, que tem se especializado cada vez mais na pronta-entrega, modelo de negócio encontrado para se manter forte no mercado.

“Nosso diferencial é a pronta-entrega. O cliente liga num dia, e no outro já está recebendo o produto. Este é o nosso grande diferencial, trabalhamos com estoque e uma logística especial para poder proporcionar essa agilidade aos clientes”.