A história da família constituída por Carlos Renaux a partir do momento que chegou ao Brasil também é tema de um dos projetos desenvolvidos no casarão. A professora Rosemari Glatz e a acadêmica Lara Vantzen Kempfer, do curso de Publicidade e Propaganda, estão à frente da pesquisa que utiliza fotografias e documentos encontrados na casa para recontar a história.

O objetivo do projeto é iniciar a partir de 1890, quando Carlos Renaux começa a caminhar para a área industrial – a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux surgiu em 1892. “O nosso foco não é tanto a indústria, mas não tem como desvincular, as coisas vão caminhando junto”, diz a professora.

Rosemari afirma que de Carlos Renaux descendem muitas gerações importantes de industriais de Santa Catarina. “A medida que a pesquisa avança, chama muito minha atenção essas relações de famílias que se expandem muito. Fomos percebendo que esses laços diretos e indiretos de parentesco consistiram em toda a parte industrial, econômica e política de Itajaí, Blumenau e Brusque”.

Por meio da fotografia, história da Família Renaux, do momento da chegada de Carlos Renaux a Brusque até sua morte, também é tema de pesquisa | Foto: Acervo

A professora destaca que todas as grandes famílias estão unidas por casamento ou por alguma relação que advém do casamento, não necessariamente de sangue. “Isso é muito interessante para compreender a própria história do nosso estado e da nossa região”.

Já foram encontradas muitas fotos dentro do casarão, sobretudo de viagens e comemorações da família. O projeto também está analisando cartas trocadas entre o Cônsul e políticos muito influentes do Brasil e também do exterior. A ideia é estabelecer o projeto do período que vai entre o início da industrialização até a morte do Cônsul. “Estamos conseguindo chegar, e escrever essa história a partir de imagens que são complementadas por documentos”.

A ideia é que depois de todo o material coletado e estruturado, seja feita a digitalização desse acervo para que possa estar disponível para todos. “Nossa ideia é retirar esse material, levar para a Unifebe e lá um profissional vai digitalizar e catalogar dentro da técnica museológica”.

O projeto também deve se transformar em um livro. A intenção é que a publicação tenha uma linguagem simples para que todos os brusquenses possam compreender. “Sinto que as pessoas tem um carinho enorme por isso aqui, uma curiosidade, um orgulho, e quero fazer com que esse trabalho alcance as diversas esferas sociais para que descendentes de mordomos que trabalharam aqui, consigam enxergar isso e se enxergar”.