Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Histórias da colonização: Planície Alta – Guabiruba

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Histórias da colonização: Planície Alta – Guabiruba

Histórias da colonização: Planície Alta - Guabiruba

Rosemari Glatz

Guabiruba foi colonizada partir de 1862 por alemães originários de Baden, e só foi emancipada de Brusque no ano de 1962. Um dos bairros quase tão antigos quanto a própria cidade é Planície Alta, inicialmente chamado de “Hochebene”, tema do artigo de hoje, que foi escrito com base nos subsídios fornecidos pelo escritor Roque Luiz Dirschnabel.

Colonização alemã
Na mata virgem, foram os colonizadores que abriram os claros, derrubaram as árvores, plantaram e viveram em plena natureza, isolados de tudo e de todos.

A colonização de “Hochebene” iniciou em 1865 e mais tarde teve o nome alterado para Planície Alta. Os primeiros colonizadores eram de origem badenser, do estado de Baden-Württemberg, Alemanha. Segundo registros do fundador da Colônia Itajahy-Brusque, Barão Maximilian von Schneéburg, os colonizadores de Hochebene integravam a 27ª turma e chegaram em 22/05/1865.

As primeiras famílias foram: Franz Joseph Dürrschnabel, que chegou com a esposa Maria Eva Hartmann, e com os filhos Joseph e Wilhelm; e Georg Dürrschnabel, que chegou com a esposa Magdalena Weber e com o filho Anton. O nome dessas famílias também consta no anúncio público feito em 1865 em Rastatter Wochenblatt, distrito de Bietigheim (Baden), que noticiou a saída das famílias.
Semanas depois, vieram da repartição pública de Bruchsal: Michael Rudolf e Johann Baptist Hodecker.

Da localidade de Ettlingen vieram Gregor Ebele; Aloys Vogel e Alexander Reiser, e também as famílias de Adolf e Alwin Baumgart; Karl Johann; Joseph Barth; Moritz Merkel e Emílio Legarde.

Colonização italiana
Até 1875 a população de Guabiruba era quase toda teuta. Ainda eram poucas casas e a maioria era construída de palmito, algumas de madeira e todas cobertas de palha. Só mais tarde passaram a chegar outros povos à Colônia Itajahy-Brusque, como os italianos. Assim, a partir de 1876, com a chegada dos italianos à “Vallata Di Lageada”(Vale das Pedras), as famílias italianas de Angelo Bormanieri; Pietro Cuchi, Bernardo Milani e Vicente Fachetti se somaram a comunidade da Planície Alta.

A comunicação entre as duas localidades se fazia pela atual rua Dezesseis, que liga os bairros da Planície Alta ao Lageado Alto. Algumas famílias voltaram para a Itália e outras deixaram o lugar, e no ano de 1908, a localidade contava com 15 famílias alemãs e oito famílias italianas as quais, com exceção de uma, eram todas católicas.

Fatos pitorescos
Narram as crônicas fatos ou lendas que marcaram a história dos colonizadores da região e, dentre as histórias, conta-se que o colonizador Julius Rudolph certo dia adentrou a mata e enfrentou um tigre selvagem e, como prova de sua coragem, trouxe para casa o couro do animal que conseguiu dominar.

Dentre os nomes de destaque, pode-se mencionar Henrique Dirschnabel que nasceu na Planície Alta e foi importante industrial e comerciante, tendo chegado a ocupar o cargo de prefeito de Guabiruba.

E, na atualidade, se observa que sobrenomes comuns aos de Angela Dorothea Merkel (chanceler da Alemanha) e Cristine Legarde (diretora-gerente do FMI, o cargo mais alto do organismo multilateral a ser ocupado por uma mulher), foram registrados na Planície Alta já nos primeiros anos da colonização de Guabiruba.

Outro ponto de destaque foi a religiosidade, fundamental para manter a união e a força do povo nos momentos de provação. E, na Planície Alta, a imagem do padroeiro da Capela Sagrado Coração de Jesus, esculpida em madeira, veio da Alemanha com a família do imigrante Georg Dürrschnabel. Mas esse já é o tema da coluna da próxima semana.

Fontes: Claus Metzger, Giralda Seyfert, Oswaldo Cabral, Roque Luiz Dirschnabel e Sociedade Amigos de Brusque.

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