Ideb 2017: anos finais de Brusque não atingem a meta pela terceira vez consecutiva

Somente os anos iniciais conseguiram bons índices na avaliação do Ministério da Educação

Ideb 2017: anos finais de Brusque não atingem a meta pela terceira vez consecutiva

Somente os anos iniciais conseguiram bons índices na avaliação do Ministério da Educação

Brusque não atingiu a meta estipulada pelo Ministério da Educação (MEC) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) para os anos finais (8º/9º ano) pela terceira vez consecutiva.

O resultado de 2017 foi divulgado nesta segunda-feira, 3, e os índices de Brusque, tanto na rede municipal quanto na rede estadual, ficaram abaixo da meta. Na rede municipal, o índice dos anos finais ficou em 5.0, sendo que a meta era de 5.6. Já na rede estadual, o índice ficou em 5.2, mas a meta era atingir 5.5.

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O indicador relaciona o desempenho dos estudantes em avaliações de larga escala, obtidas pela Prova Brasil/Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), com dados do fluxo escolar, via Censo Escolar do Ensino Básico.

Nos anos finais, as escolas que tiveram o pior desempenho na rede municipal foram a Escola de Ensino Fundamental Poço Fundo (4.2) e a Escola de Ensino Fundamental Doutor Carlos Moritz (4.4). Na rede estadual, os piores desempenhos na avaliação do 8º/9º ano foram da Escola Francisco de Araújo Brusque e da Escola Governador Ivo Silveira, ambas ficaram com índice 4.5.


Quando o assunto é o Ensino Médio, o índice é ainda menor. De acordo com o Ministério da Educação, a rede estadual de Brusque atingiu apenas 3.4 na avaliação do Ensino Médio em 2017. O sistema, entretanto, não projetou metas para 2017, somente para 2019 (3.6) e 2021 (3.9).

A reportagem tentou contato com a secretária de Educação de Brusque, Eliani Busnardo Buemo, por meio da secretaria de Comunicação Social da prefeitura, no entanto, ela não conseguiu atender ao pedido de entrevista até o fechamento desta edição.

Anos iniciais conquistam bons resultados

Por outro lado, o Ideb 2017 das séries iniciais (4ª/5º ano) tanto da rede estadual quanto da rede municipal de Brusque conseguiram cumprir as metas estipuladas pelo MEC.

Na rede municipal, o município conseguiu igualar a meta de 6.3. Já na rede estadual, a meta foi superada, e Brusque ficou com índice 6.5.

O melhor Ideb de Brusque é o da Escola Padre Luiz Gonzaga Steiner, localizada na Travessa Lagoa Dourada. A escola municipal que conta com quase 300 alunos, atingiu o índice de 7.1 nos anos iniciais, superando todas as escolas da região.

Alunos da Escola Padre Luiz Gonzaga Steiner que fizeram a avaliação do Ideb em 2017 | Foto: Divulgação

A diretora da instituição, Mara Cristina Huppes, comemora o bom resultado. De acordo com ela, o primeiro lugar no Ideb em Brusque é resultado do trabalho em equipe realizado na escola. “Pra nós é grandioso. Receber esse resultado significa que os nossos professores, a coordenação, estão trabalhando unidos. Temos uma equipe que todo mundo pega junto e está dando certo”, diz.

Entre os projetos realizados na escola, a diretora cita o trabalho de reforço escolar com os alunos, como um dos pontos determinantes para a conquista do bom resultado. “No reforço as crianças têm espaço para sanar suas dúvidas e conseguem absorver melhor o conteúdo. Nos anos iniciais, a maioria das professoras são efetivas e realizam um grande trabalho”, afirma.

Além dos 7.1 conquistados com os anos iniciais, a escola também ficou em primeiro lugar no índice dos anos finais, entre as instituições da rede municipal. O índice alcançado pelo 8º/9º anos foi de 5.8.

Quem também teve um bom desempenho nos anos iniciais foi a Escola Francisco de Araújo Brusque, do bairro São Luiz. A instituição alcançou 6.8 em sua avaliação das turmas de 4º/5º anos, sendo a melhor colocada entre as escolas da rede estadual em Brusque.

“Ficamos felizes pelo trabalho que os professores vêm realizando na nossa comunidade escolar. Sempre trabalhamos para a melhor qualidade do ensino, para o bem do aluno”, diz a diretora da instituição, Lourdete Cadore Fantini.

 

Para ela, o resultado do Ideb 2017 tem um significado ainda mais especial, já que no indicador de 2015, a escola esteve entre os piores resultados de Brusque (6.0). “No último índice não fomos bem e agora superou nossa expectativa. Quando vimos o resultado anterior nos reunimos e procuramos trabalhar em cima do índice. O objetivo era superar, mas o resultado nos surpreendeu”, afirma.

A escola tem quase 900 alunos e atende, em sua maioria, alunos dos bairros São Luiz e São Pedro. Para Lourdete, fazer educação de qualidade no país é um desafio, mas que pode ser superado se trabalhado em conjunto: escola e família.

 

“Mostramos que quando se quer, consegue. Tem que cobrar dos alunos, sim, não só na escola, mas a família também tem que fazer seu papel, ser parceira”.

Agora, o objetivo da escola é trabalhar para manter o bom índice nos anos iniciais e melhorar o dos anos finais, já que em 2017 a escola ficou entre os piores do 8º/9º anos.

Guabiruba
Em Guabiruba, as metas não foram cumpridas. Nos anos iniciais, a meta do município era 6.8, mas só conseguiu atingir 6.1. Já nos anos finais a meta estipulada pelo MEC era 5.5 e a cidade ficou com 5.1.

Na comparação com os anos anteriores, inclusive, o município regrediu. No Ideb 2015, Guabiruba tinha 6.4 nos anos iniciais e 5.2 nos anos finais.

A Escola João Jensen foi a que conquistou o melhor resultado no Ideb em Guabiruba, alcançando o índice de 6.9 nos anos iniciais. Já a Escola Ludovico Fuckner foi a mais bem posicionada do município no índice dos anos finais, com 5.5.

Botuverá
O Ideb geral de Botuverá foi divulgado apenas para a rede estadual. Nos anos iniciais, o município atingiu a meta e ficou com índice 6.4. Já nos anos finais, faltou um pouco. A meta era de 4.9, mas a cidade ficou com 4.8, mesmo índice obtido no Ideb 2015.

 

Os melhores índices da cidade foram registrados na Escola Alto Pedras Grandes (6.4) e Escola Padre João Stolte (6.4), ambas nos anos iniciais.

Ideb em Santa Catarina
Na média total, levando em consideração as redes municipal, estadual e privada, Santa Catarina avançou tanto nos anos iniciais quanto nos finais.

Nos anos iniciais, o estado permanece na segunda posição do país, com índice 6.5, atrás apenas de São Paulo, que atingiu 6.6. Já nos anos finais, Santa Catarina perdeu a liderança entre os estados e caiu para a terceira posição no Ideb 2017, com a segunda maior média do Brasil (5.2). São Paulo e Goiás estão empatados em primeiro lugar com 5.3.

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Ideb
O Ideb é um indicador de desempenho da educação brasileira divulgado a cada dois anos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC). O Ideb relaciona duas dimensões: o desempenho dos estudantes em avaliações de larga escala e a taxa de aprovação.

O desempenho é calculado a partir da Prova Brasil/Saeb, quando os estudantes do 5º e do 9º ano do Ensino Fundamental e da 3ª série do Ensino Médio são avaliados em Leitura e Matemática. Os dados de aprovação são verificados a partir do Censo Escolar da educação Básica, realizado anualmente.

O Ideb é calculado para escolas e para sistemas de ensino que monitoram o seu desempenho em relação a metas individuais pactuadas com o governo federal. O índice varia de 0 a 10: quanto maior for o desempenho dos alunos e o número de alunos promovidos, maior será o Ideb.

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