Identidade de gênero é tema de curtas-metragens produzidos por alunos da Unifebe

Mostra de cinema Galo de Gala será nesta quinta-feira, no teatro do Centro Empresarial de Brusque

Identidade de gênero é tema de curtas-metragens produzidos por alunos da Unifebe

Mostra de cinema Galo de Gala será nesta quinta-feira, no teatro do Centro Empresarial de Brusque

A comunidade brusquense terá a oportunidade de ver, pela primeira vez, um evento que mostra artisticamente a temática Identidade de Gênero e Novas Belezas. Na quinta-feira, 1º, a partir das 19h, o teatro do Centro Empresarial Social e Cultural de Brusque (Cescb) será palco da 3ª edição de cinema Galo de Gala, uma promoção do curso de Publicidade e Propaganda da Unifebe.

O Galo de Gala é uma mostra competitiva de cinema que acontece anualmente na instituição, onde os grupos interfases de alunos (cada grupo é composto por, no mínimo, um aluno de cada fase do curso) produzem curtas-metragens. Neste ano, cinco grupos e 40 alunos realizaram a proposta.

As diretrizes para a competição foram – gênero documentário e temática -, por isso o tema Identidade de Gênero e Novas Belezas. As produções têm de 7 a 10 minutos.

Os acadêmicos foram responsáveis pela elaboração de roteiros, agendamento de entrevistas, captação de imagens, edição e finalização.

O coordenador do curso de Publicidade e Propaganda, Rafael Zen, diz que é necessário discutir esse tema, pois ainda é polêmico e tabu. Na visão dele, o publicitário é pautado por assuntos de responsabilidade social. Exemplo disso é que nas edições anteriores também trabalhou-se temas de relevância social, como a relação com idosos e o meio ambiente.

Zen afirma que percebe que os discursos publicitários em seus diferentes meios possuem o poder de alterar não apenas os hábitos de consumo da população, mas sua visão sobre o mundo e sua relação com conceitos como beleza, sexualidade, gênero, vivência social e respeito.

O professor cita casos de marcas como Skol, Natura, Boticário, C&A, Mattel e a Barbie, que ajudaram a esclarecer a questão da identidade de gênero a partir da produção publicitária. “Esse tema é tão importante quanto necessário para a atmosfera social que nós queremos construir. Trazer a questão da identidade à tona é conferir voz e discurso a esse tema que já não deveria ser tabu”.

Envolvimento dos alunos
A temática começou a ser pensada no começo do semestre por Zen e teve aceitação dos professores e estudantes. Muitos dos acadêmicos, inclusive, relatam que sua visão foi transformada diante do trabalho. É o caso de Marcele Catherine Frainer, da 3ª fase do curso, que produziu o documentário Vai Pra Rua e Ahaza.

“Eu tentei no meu documentário trazer o lado divertido, pessoas bem resolvidas que não precisam de aprovação de ninguém. É saber que a gente pode ser a gente sem precisar se espelhar em esteriótipos que não fazem sentido nenhum, que tecido não tem gênero e brincadeira de criança também não. Vamos viver o hoje, pensar em nós e ser apenas a gente mesmo”.

Da mesma maneira, Lucas Gabriel de Faria Xavier, 20, da 5ª fase, conta que expandiu seus horizontes com o trabalho. O seu vídeo – Sangue Amargo -, aborda a questão da violência contra travestis e transexuais. “Buscamos uma abordagem mais chocante para atrair a atenção do público e criar consciência nele. É uma realidade dura, que me abriu horizontes, e pode também expandir horizontes do público que for prestigiar o evento”.

Curta documental
Além da apresentação das cinco produções, haverá na abertura do evento o lançamento do curta documental “(R)existência” (20 minutos), produzido pela comunidade em um curso de extensão gratuito. “Edição de Vídeo e Técnicas de Filmagem”, ministrado pelos professores Gustavo Presta, Rafael Zen e Ricardo Weschenfelder, ensinou em 14 encontros práticas de edição de vídeo a partir da construção de um documentário que esclarecesse o tema identidade de gênero.

Premiação
Os acadêmicos concorrem a troféus em 11 categorias, entre elas: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Edição, Melhor Fotografia e Prêmio Relevância Social. Os troféus, intitulados Galitos (o galo é o símbolo do curso de Publicidade e Propaganda), foram confeccionados pelos acadêmicos da primeira fase na aula de História da Arte (professora Silvia Teske), a partir da técnica de papietagem. Já os jurados são profissionais da área da comunicação, cinema e militância social de Brusque, Florianópolis, Blumenau e São Paulo.

Os curtas produzidos
Vai Pra Rua e Ahaza – Entrevista com a drag queen Vicki Bronx e com seu criador Rafael Frena, de Brusque;

Festa da Bixa Preta – Documentário que investiga a identidade de gênero como manifestação na periferia de Blumenau e a ação do grupo Corpo Livre na Festa da Bixa Preta;

Inconstante – O filme retrata a experiência de um adolescente de 18 anos que se denomina “sem gênero” e sua relação com a beleza;

Sangue Amargo – A partir da colagem de vídeos retirados da mídia, o documentário experimental se pergunta: o que significa a paz na sociedade contemporânea?;

Oi Marina – Nesse filme, Marina narra sua visão de beleza a partir de sua vivência como mulher trans, enquanto seu irmão relata a importância da aceitação pela família.

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