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Impasses deixam centro para recuperados da Covid-19 em Brusque mais longe de sair do papel

Hospital Dom Joaquim não concordou com proposta apresentada; Secretaria de Saúde prioriza vacinação

O centro para recuperados da Covid-19, que era planejado para funcionar no Hospital Dom Joaquim entre setembro e janeiro, está mais longe de se tornar realidade num futuro próximo, por conta de um impasse financeiro e questões burocráricas. A proposta do município tem valores distantes daqueles necessários para manter o serviço funcionando, conforme relata o administrador do hospital, Raul Civinski. Ao mesmo tempo, a Secretaria de Saúde tem seus próprios empecilhos, como a contratação de médicos.

“O Hospital não pode abrir um serviço que seja deficitário. O escopo da entidade é prestar um serviço de qualidade e não ganhar dinheiro, porém não podemos abrir um serviço que vai nos trazer prejuízo financeiro”, comenta.

Civinski afirma que o município apresentou um modelo de operações para construção e serviços do centro, e a partir de então, o Hospital Dom Joaquim apresentou os valores que seriam necessários. Recebendo uma proposta inferior, as negociações travaram. No entanto, nenhuma parte fechou as portas para o assunto.

“Estamos totalmente à disposição para conversa com a nova administração, o novo secretário e se entenderem que há a necessidade e a possibilidade. Dependendo da situação, podemos averiguar as possibilidades. Porém, diante da última resposta que obtivemos, pela distância entre os valores propostos e o que seria necessário, a conversa não andou mais”, encerra.

O projeto teria serviços para tratamento das sequelas deixadas pela Covid-19 em alguns pacientes, como dificuldade para respirar, fraqueza e alterações cardíacas.

Sem pneumologista

O secretário de Saúde de Brusque, Osvaldo Quirino de Souza, destaca que, entre os problemas para a abertura do centro, está a escassez de pneumologistas no mercado. Ele acredita que o centro para recuperados será implantado, mas o modelo de operação ainda é discutido. No momento, não se sabe se funcionará por demanda, se será uma estrutura própria ou se sequer seria vinculado a um hospital.

“Estamos sem um pneumologista para tocar o projeto. Ontem [terça-feira, 5], tivemos uma reunião para tentarmos esta contratação. Também tem que ter a espirometria, tem que ter fisioterapeuta, nutricionista”, explica, destacando que a principal dificuldade está na contratação de médicos. Espirometria é um exame do pulmão, também conhecido como prova de função pulmonar.

Barreiras burocráticas nas regras da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) também são empecilhos para a contratação de profissionais, na visão do secretário.

“Este profissional está difícil de encontrar. Nossa equipe está fazendo contato com pneumologistas de Brusque e região. Há impedimentos legais de contratação, porque somos filiados à Ammvi, e não podemos contratar profissionais diferentes daqueles do quadro da Ammvi, ou por valores diferentes. Tem toda uma questão legal e burocrática a ser resolvida.

Vacina é prioridade

A maior preocupação da Secretaria de Saúde está na vacinação contra a Covid-19. “Primeiro, criar o comitê gestor da vacina, criar a logística e, se houver um plano de vacinação, nós partimos para a segunda etapa, que é a recuperação dos pacientes com Covid-19. A vacina evita que toda pessoa tenha a Covid-19, e a reabilitação não é com uma grande quantidade de pessoas. É um número expressivo, claro, mas não é uma grande quantidade de pessoas com sequelas.”


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