Projeto que proíbe vereador de assumir cargo na prefeitura será apresentado em Guabiruba

Felipe Eilert dos Santos e Waldemiro Dalbosco acreditam que mudança de função trai a confiança do eleitor

Projeto que proíbe vereador de assumir cargo na prefeitura será apresentado em Guabiruba

Felipe Eilert dos Santos e Waldemiro Dalbosco acreditam que mudança de função trai a confiança do eleitor

Os vereadores Felipe Eilert dos Santos (PT) e Waldemiro Dalbosco (PP), de Guabiruba, indicarão à mesa diretora da Câmara, na sessão de hoje, a elaboração de um projeto de lei que proíba que vereadores assumam cargos na administração municipal, aos moldes do que foi rejeitado em Brusque.

A principal justificativa é de que o eleitor se sente traído por ter votado em uma pessoa como seu representante no Legislativo e, depois de eleito, acaba assumindo cargo na prefeitura.

Santos conta que em 2015, quando era presidente do Legislativo, o Observatório Social de Brusque já havia sugerido algumas práticas que colaborariam com a moralização da política, inclusive a da vedação de vereadores na prefeitura. Na época, o assunto foi discutido, mas não levado a diante, pois nenhum parlamentar tinha interesse em deixar a Câmara.

Este ano, o tema ganhou evidência ao ser levado novamente em pauta na Câmara de Vereadores de Brusque e por ter sido assunto de reuniões da Associação Empresarial de Brusque (Acibr). “Percebemos a grande repercussão que teve. É um clamor da população”, diz Santos.

Ele afirma que, por isso, cogitou-se sugerir à Câmara a elaboração do projeto, para que se chegue a uma unanimidade no assunto. Segundo o vereador, é preciso que todos os parlamentares sejam consultados. “Mesmo que hoje não aconteça essa prática, queremos mostrar que não concordamos”.

Santos destaca que se um vereador se licencia e vai para o Executivo, trai o voto do eleitor e acaba entrando um suplente, que fica diretamente ligado a esse vereador. Esse suplente que vai exercer o cargo de vereador, que tem a função de fiscalizar o Executivo, não estaria apto a assumir a fiscalizar um governo do qual faz parte.

O diretor-executivo do Observatório Social, Evandro Gevaerd, afirma que vê com otimismo e alegria a sugestão de projeto de Guabiruba, pois considera um avanço na moralização da polícia. “O povo já demonstrou que não quer esse tipo de comportamento e Guabiruba está se alinhando melhor nessa nova filosofia de política. Esperamos que lá os vereadores façam o que Brusque não fez”, ressalta.

Para o prefeito Matias Kohler, a proposta é vista com naturalidade. Ele diz que nunca convidou vereadores para seu governo. Ele avalia que a proposta é uma demonstração de um amadurecimento político

“Entendemos que quando um vereador se submete a uma eleição, deve corresponder à confiança que o leitor deposita para desempenhar aquele cargo. Observo como um debate salutar”.

O que os vereadores pensam?

Cristiano Kormann (PP) – Presidente do legislativo
É favorável, pois “não acha justo que o vereador abra mão do cargo para o qual foi eleito para assumir outro”.

Haliton Teodoro Kormann (PMDB)
Não tem uma posição. Conversará com os autores do projeto para se “inteirar sobre o assunto”.

Harri Westarb Neto – Godo (DEM)
É favorável, “pois se o candidato se propôs a ser vereador e o povo se propôs a votar, é para que o parlamentar seja representante da comunidade na Câmara e não para assumir secretarias”.

Paulo Ricardo Gums – Minhoca (PP)
É favorável. “Vereador não deve assumir cargo, pois pediu voto para ser vereador e não secretário”. Para ele, isso é uma atitude de bom senso.

Vilmar Gums – Mala (PSDB)
Não tem uma posição.

Rosita Kohler (PP)
Não foi encontrada.

Waldemiro Dalbosco (PP)
Não foi encontrado.

Jaime Luiz Nuss (PMDB)
Não foi encontrado.

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