Projetos do IFC em Brusque verificam qualidade da água e irregularidades no rio Itajaí-Mirim

Iniciativas têm como objetivo a identificação e o estudo de parâmetros físico-químicos da água

Projetos do IFC em Brusque verificam qualidade da água e irregularidades no rio Itajaí-Mirim

Iniciativas têm como objetivo a identificação e o estudo de parâmetros físico-químicos da água

O campus de Brusque do Instituto Federal Catarinense (IFC) têm desenvolvido pesquisas sobre o rio Itajaí-Mirim, seus parâmetros e a presença de agrotóxicos em suas águas.

Com o projeto mais avançado, que está chegando à metade, foi percebido, por exemplo, que o oxigênio dissolvido no rio tem taxas próximas ao limite ou abaixo das ideais e permitidas em lei, comprometendo as formas de vida que ali habitam. Um total de 15 pessoas, entre coordenadores, professores, técnico-administrativos e estudantes desenvolvem os estudos.

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Parâmetros físico-químicos

O projeto intitulado Monitoramento dos Parâmetros Físico-Químicos do rio Itajaí-Mirim surgiu com o interesse de estudantes em pesquisar sobre as causas do mau cheiro que vinha do rio. Testes de acidez, sólidos totais dissolvidos, condutividade, turbidez e oxigênio dissolvido têm sido realizados. “Gostaríamos de fazer mais análises, mas ainda não temos a infraestrutura necessária para isto”, explica a coordenadora de pesquisa do campus, Leda Ardiles.

Foram realizadas três coletas de amostras das águas do rio. São previstas seis, e as restantes não chegaram a ser realizadas por causa das chuvas, que influenciam diretamente nos resultados. É necessário um prazo de 48h sem chuva para que as coletas sejam feitas. São cinco pontos de coleta, em diferentes regiões do município, e a qualidade da água varia de local para local.

O projeto gerou trabalhos apresentados no ano passado em um evento interno, e posteriormente na Mostra Nacional de Iniciação Científica e Tecnológica Interdisciplinar (Micti), que engloba todas as unidades do IFC e outras instituições convidadas, que divulgam suas iniciativas em pesquisa e extensão.

“Estamos na metade do projeto. Queremos fazer mais coletas e análises. Então, não há um resultado final, que ainda será divulgado. O que encontramos foram parâmetros dentro da legislação brasileira. O oxigênio dissolvido na água está no limite, com alguns valores fora do ideal”, explica Leda Ardiles. No caso, matéria orgânica proveniente de poluição faz com que haja menos oxigênio na água do que o necessário, comprometendo as formas de vida do rio.

Com os recentes cortes sofridos por universidades e institutos federais, projetos como este ficam ameaçados. As prioridades, em situações críticas como a que foi imposta pelo governo federal, são atividades de ensino, com pesquisa e extensão ficando de lado.

Agrotóxicos no rio
Seguindo linha semelhante, está em andamento o projeto “Uso das técnicas DPX e HPLC-DAD para a determinação de agrotóxicos de água do rio Itajaí Mirim”, desenvolvido pela professora Adriana Dias. Utilizando técnicas avançadas, a pesquisa tem o objetivo de verificar a presença de cinco agrotóxicos no rio.

Sem literatura extensa sobre as técnicas utilizadas, o método da pesquisa será desenvolvido de forma original. As coletas e análises estão previstas para 2020, se os cortes no orçamento não interferirem.

“O rio tem uma importância ambiental e socioeconômica. Em 2018, tivemos a possibilidade de comprar um equipamento moderno, que viabilizou o projeto. Um estudo da Unifebe detectou presença de hidrazina, que pode vir de alguns agrotóxicos ou da indústria têxtil. Está muito no começo. Nós orientamos, os executores são os alunos”, explica Adriana. Os primeiros agrotóxicos foram uma doação de um ex-orientador da professora na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Pesquisas anteriores de diversas instituições aferiram que a quantidade de agrotóxicos na água está de acordo com a legislação brasileira. No entanto, são parâmetros fora de limites mais restritos e avançados, como ocorre na Europa.

“Nossa legislação é muito branda. A europeia é muito mais interessante. É hora de pensar em novas práticas, inclusive as agrícolas”, destaca a professora.

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