Investimento financeiro é sempre um assunto complexo, especialmente, quando se trata de apostar fora do país. A maioria das pessoas pensa que essa é uma alternativa apenas para quem tem muito dinheiro, mas não é bem assim.

É possível investir em moeda forte mesmo com pequenos aportes. No entanto, é preciso algum conhecimento do mercado de valores para que as decisões não sejam precipitadas e impliquem em prejuízos.

Existem três aspectos básicos que devem ser considerados para qualquer tipo de investimento e não só aqueles feitos no exterior:

  1. Definir o objetivo do investimento: o dinheiro da operação será usado para quê? Pode ser uma reserva de emergência, viagem, casamento, gravidez, festa…
  2. Saber o prazo em que o dinheiro será resgatado. Se a ideia for passar o Natal na neve em 2021, por exemplo, o dinheiro precisa estar disponível, pelo menos, até o começo deste mesmo ano para que seja possível garantir passagens e hospedagens a custos menores.
  3. Analisar os produtos. Quando se sabe o porquê do investimento e para quando está previsto o seu retorno, é preciso analisar todas as opções disponíveis: imóveis, títulos de renda fixa, ações.

Somente seguindo esses três passos é possível investir de forma segura e consistente e, assim, garantir a realização das suas metas.

É preciso atentar ainda a outro detalhe: as condições do país onde se pretende investir. Conhecer o mercado (liquidez, qualidade dos ativos e capitalização) e a situação político-econômica locais é fundamental porque tudo interfere no desempenho das aplicações.

Além de mostrar a melhor maneira de realizar uma transferência internacional de valores, esse texto reúne informações importantes de serem observadas antes de fazer investimentos no exterior.

Diversificar aqui ou em outro país

No mundo dos investimentos existe uma palavra de ordem que é: diversificação da carteira.

O que isso significa?

Que não é indicado manter todo o dinheiro disponível para aplicações de médio ou longo prazo em um único tipo de investimento. Isso é importante porque dá mais segurança ao dinheiro.

Uma pessoa que investe só em ações, por exemplo, pode perder tudo de uma hora para outra, dependendo das oscilações do mercado. Portanto, é importante manter uma carteira diversificada, investindo tanto em renda fixa quanto em renda variável.

A decisão do tipo de investimento e da quantia destinada vai depender dos dois passos citados anteriormente: objetivo e prazo para a retirada.

Além disso, investir no exterior garante o balanceamento imediato entre ativos e passivos. Isso porque a maioria dos gastos está atrelada ao dólar, mesmo quando se compra no Brasil. Em contrapartida, os ativos estão todos atrelados ao real, gerando um forte descompasso.

Mas apostando algumas fichas em moeda forte, o investidor garante mais proteção e retorno da sua carteira de investimentos, que fica menos sujeita à especulação do mercado. E ainda garante a exposição do patrimônio à economia mundial.

Procurar um especialista

Quem seguiu os quatro pontos citados no começo deste material está apto a investir no exterior, porém, não dá para fazer isso sem ajuda.

O mercado de investimentos requer conhecimentos específicos e o auxílio e a orientação de um especialista são fundamentais para que os prejuízos não sejam maiores que os lucros.

O gestor, que deve ser credenciado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), é a pessoa certa para direcionar quem ainda não tem conhecimento do mercado.

É esse profissional que irá equilibrar os menores riscos e as melhores rentabilidades de cada investimento, pois é capacitado para fazer o direcionamento adequado diante das opções e momentos para se investir.

Além disso, ele é peça-chave para quem tem pouco dinheiro, pois a sua presença nas negociações elimina a exigência de um investidor qualificado, ou seja, aquele que tem investimentos acima de R$ 1 milhão.

Ter uma conta internacional

Escolhido o especialista, será necessário abrir uma conta internacional em alguma instituição financeira confiável. Antes de tomar a decisão por um banco ou corretora, é importante avaliar se ela está alinhada ao seu perfil de investidor.

Para isso, é importante considerar:

  • Custos de manutenção da conta
  • Disponibilidade de cartões de débito ou crédito
  • Investimentos disponíveis
  • Mercado onde é possível investir

Feito isso, será necessário transferir dinheiro do Brasil para essa conta. No método tradicional, ou seja, diretamente entre os bancos ou entre o banco no Brasil e a corretora estrangeira, o processo é bem mais demorado e dispendioso.

Uma alternativa para fazer transferências digitais são as plataformas online como a Ázimo, a TransferWise e a Remessa Online, que garantem taxas de câmbio e prazos bem mais atrativos.

Importante lembrar que investimentos acima de US$ 100 mil devem ser comunicados ao Banco Central. Além disso, todo investimento feito fora do Brasil deve ser comunicado à Receita Federal por meio da declaração anual do Imposto de Renda.

Conhecer as regras

Um passo importante antes de destinar dinheiro para um negócio internacional é conhecer as regras do jogo. Isso porque cada país possui legislação e regras próprias para investimentos e elas podem emperrar os planos do brasileiro que deseja investir lá fora.

Aqui é importante atentar para alguns pontos como:

  • Mínimo necessário para investir
  • Tributação
  • Regras de cada investimento
  • Regras de sucessão e herança

Tudo isso precisa ser bem estudado antes de fazer o investimento para evitar problemas futuros.

Investir

Com o dinheiro devidamente alocado no exterior e conhecendo todas as regras é hora de escolher o tipo de investimento mais indicado para o objetivo e que melhor atende ao prazo estipulado no começo do planejamento.

Há inúmeras opções no mercado internacional, sendo possível investir em imóveis, fundos de investimentos, COE (Certificado de Operações Estruturadas), ETFs (Exchange Traded Fund) e ações.

Nesse último, as opções vão desde gigantes como a Apple até segmentos que sequer existem na bolsa de valores brasileira, como a B3.