José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Mentiras, omissões e meias verdades

José Francisco dos Santos

Mestre e doutor em Filosofia pela PUC/SP, é professor na Faculdade São Luiz e Unifebe, em Brusque e Faculdade Sinergia, em Navegantes/SC e funcionário do TJSC, lotado no Forum de Itajaí/SC.

Mentiras, omissões e meias verdades

José Francisco dos Santos

As tais notícias falsas (ou “fake news”) não são coisa de hoje. Já na Idade Moderna, com a nova tecnologia da imprensa, os calvinistas empreenderam tamanha rede de mentiras sobre a Inquisição, que duram até hoje. Mas ninguém ensina que a Inquisição surgiu para salvar as inúmeras pessoas que eram linchadas sem julgamento. Que dos 125.000 processos da história da temível inquisição espanhola, houve apenas 59 condenações à morte, numa época em que o Estado condenava à morte por qualquer delito de baixa periculosidade.

Nem que a Inquisição ajudou a aperfeiçoar o sistema penal e que muito do que temos hoje em termos de garantia de ampla defesa se deve a ela. Acrescente a “ditadura” militar, o aquecimento global, a ideologia de gênero e o circo está montado. Uma mentira contada e repetida por uma rede bem organizada se enraíza, se torna “fato incontestável”, muito difícil de desmentir.

No processo das tais “fake news” do STF, a mentira está tão encalacrada que é difícil saber por onde começar. Um juiz investiga (contra o que manda a Constituição), ele mesmo é a vítima e ele mesmo vai julgar o processo. Alexandre de Moraes escreveu na semana passada que todos os réus têm acesso ao tal processo. É mentira! Nem réus, nem advogados, nem mesmo o Ministério Público sabem que monstrengo é esse. Temos um processo “fake” para “investigar” e censurar o único território ainda livre na imprensa, a internet.

Celso de Melo, por sua vez, publicou texto (pretensamente privado e “vazado”) em que acusa o presidente de ser nazista. Mas ele alega que não tem problema, porque era uma comunicação privada. No entanto, ele mesmo quer incriminar o Ministro da Educação pelo que este disse na reunião privada do ministério (a dos palavrões!). É o direito do faz-de-conta. Mas façam silêncio: a OAB está dormindo!

O preferidíssimo de Moro e amigo pessoal de Moraes, o delegado federal Disney Rosseti foi nomeado assessor especial do TSE, agora que o carequinha foi empossado lá. Ué, que estranho! Será que há uma conexão Moraes-Moro-Rosseti? Ninguém vai denunciar ou levantar suspeitas? Só quem o próprio Moraes acusa de criar “fake news”, ou o tal “gabinete do ódio”? Hummm…

Esse jogo de inventar narrativas, mostrar ou esconder só de acordo com a conveniência está tão escancarado que as pessoas comuns já estão desconfiando. É a senhora da padaria, o metalúrgico, o vigia noturno, a repositora do supermercado, especialmente quem não teve a cabeça “cozida” por ideologias universitárias e tem mais aguçada a capacidade de pensar por si mesmo.

Quando toda a imprensa mostra ou esconde apenas o que lhe interessa, quando chama o vandalismo, a depredação de patrimônio e a queima da bandeira nacional de “atos pró-democracia”, o cidadão comum acende o sinal de alerta. Quando toda a imprensa e seus idiotas úteis atacam, sem trégua, um presidente, o povo começa a pensar que tem algo de muito errado… com a imprensa.

Esses ativistas políticos que se dizem jornalistas e seus fiéis lacaios deveriam se cuidar mais. Eu até sugiro que eles combinem de, vez ou outra, o “Estadão” discordar da “Folha”, ou a “Veja” discordar do “ O Globo”, ou a Globo News e a CNN opinarem diferente. Só para disfarçar. Está dando muito na vista.

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