Justiça nega pedido de redução de valores mínimos em leilões de bens da Buettner

Sugestão foi feita visando facilitar a venda dos bens, que está empacada por falta de ofertas

Justiça nega pedido de redução de valores mínimos em leilões de bens da Buettner

Sugestão foi feita visando facilitar a venda dos bens, que está empacada por falta de ofertas

A juíza Ana Clarice Lanzarini, da Vara Comercial de Brusque, recusou a sugestão do administrador judicial da Buettner, Gilson Sgrott, de que a terceira tentativa de leilão da massa falida da empresa tenha lance inicial fixado na primeira praça em R$ 91.739.771,69, ou seja, 65% do valor total avaliado. Já foram realizados quatro leilões sem lances sob o valor total avaliado, cerca de R$ 141,1 milhões: em novembro e dezembro de 2019, e outras duas ocasiões em abril de 2020.

“Os procedimentos de alienação de bens iniciaram-se em dezembro de 2019, ou seja, há cerca de oito meses, e o acervo já conta com redução significativa de valores quanto ao preço de avaliação”, comenta a juíza na decisão.

Ela deixa aberta a possibilidade de reavaliação da situação em outra oportunidade, mas, por enquanto, um novo leilão precisará ser realizado, com os valores dos mais recentes, em abril. Na primeira praça, R$ 141,1 milhões, e na segunda, R$ 105,8 milhões.

Sgrott agora aguarda pelo próximo leilão, lembrando que no caso da falência da Renaux, por exemplo, dois leilões haviam sido feitos, antes da venda direta com redução de preço. “No caso da falência, não tem por que segurar muito, por que levar adiante uma venda que acaba não sendo real em valor de mercado pro momento.”

O administrador judicial acredita que a decisão se deu porque em abril os leilões precisaram ser feitos de forma online, quando as medidas de distanciamento social eram mais rígidas, no início da pandemia de Covid-19.

Neste contexto, havia pouco interesse e pouca busca por propostas. “Um leilão deste porte requer grupos de empresas, de investidores, e a pandemia afastou este pessoal.”

Portanto, com novo leilão a ser marcado, Sgrott torce que a venda seja feita, com a lógica de que quanto maior o valor da venda, melhores as possibilidades de pagamento aos credores.

São 65 imóveis, dos quais 37 em Brusque, no bairro Bateas, onde ficava a sede da empresa. Outros dez imóveis ficam em Botuverá, no bairro Águas Negras. Há também 18 imóveis no Holstein, em Guabiruba.

Nas primeiras praças, o primeiro lance era de R$ 141.138.110,15. Nas segundas, foi de R$ 105.853.582,62. Em abril de 2020, os leilões foram realizados pela internet.

A Buettner entrou em recuperação judicial em maio de 2011 e teve a falência decretada em abril de 2016. Na época, a dívida da empresa era avaliada em R$ 104 milhões. O valor arrecadado no leilão será depositado em uma conta judicial para o pagamento dos ex-trabalhadores da fábrica, assim como outros credores, como empresas, bancos e impostos.

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